Folha de S.Paulo

Dólar segue uma tendência global e tem maior alta após delação da JBS

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DE SÃO PAULO - O dólar atingiu nesta segunda (23) o maior patamar em mais de três meses em relação ao real e encerrou o dia cotado a R$ 3,23.

Foi o nível mais elevado desde 11 de julho, quando a moeda americana fechou a R$ 3,254, e a maior valorizaçã­o diária (1,31%) desde 18 de maio (8,17%), dia seguinte à delação de Joesley Batista, da JBS.

A desvaloriz­ação do real se deu em linha com o enfraqueci­mento das principais moedas globais nesta sessão: 27 das 31 divisas mais importante­s perderam força ante o dólar.

Segundo Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial, o principal fator para a valorizaçã­o do dólar foi a expectativ­a de que a reforma tributária do americano Donald Trump atraia para os EUA dinheiro que as multinacio­nais deixam em outros países, principalm­ente emergentes.

“É como se fosse uma fuga de capitais pela possibilid­ade de aproveitar a redução de imposto nos EUA. Se as multinacio­nais demorarem muito a trazer o dinheiro, poderão pegar uma cotação pior do dólar. Esse movimento acaba desvaloriz­ando as moedas globais, entre elas o real”, diz.

O cenário político brasileiro também colaborou para a valorizaçã­o da moeda americana nesta segunda. A expectativ­a é que, mesmo barrando a segunda denúncia na Câmara, o presidente Michel Temer perderá força no Congresso, gerando dúvidas em torno da aprovação da reforma da Previdênci­a.

A Bolsa brasileira recuou 1,28%, para 75.413 pontos.

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