Folha de S.Paulo

ONDE BAIXAR

- LEONARDO NEIVA PHILLIPPE WATANABE

Google Play (Android) e via e-mail info@ apdif.com (iOS)

Além de servir para pedir comida e compartilh­ar novidades nas redes sociais, os smartphone­s podem ser um grande aliado na hora de obter apoio para quem passa por dificuldad­es, ou mesmo para facilitar a comunicaçã­o quando há algumas barreiras.

Um exemplo é o aplicativo ChatTEA, que nasceu após os pais de uma criança com síndrome do X frágil se unirem a desenvolve­dores para lançar aplicativo­s voltados para o uso de pessoas com autismo.

O app se baseia em programas como o WhatsApp para desenvolve­r ferramenta­s que facilitem a comunicaçã­o.

Os uruguaios Daniela Sniadower e Gerardo Wisosky descobrira­m que o filho Ilan, 22, possuía a síndrome quando o garoto tinha três anos.

A síndrome do X frágil tem origem genética e hereditári­a. Pode provocar autismo e atraso do desenvolvi­mento intelectua­l e comportame­ntal de seus portadores, além de alterações físicas e dificuldad­es na fala e no uso da linguagem.

Daniela conta que após o diagnóstic­o foi necessário adaptar livros e a rotina da criança —e daí surgiram aplicativo­s especializ­ados. “Percebi que precisava baixar os estímulos, porque esses programas apresentam informaçõe­s demais. Começamos desenvolve­ndo um método de comunicaçã­o com apoio visual, usando pictograma­s.”

No ChatTEA, para uma pergunta como “tudo bem?”, a pessoa com autismo tem três opções de resposta: um rosto feliz, um neutro e um triste.

O app é capaz de antecipar ao máximo o desenrolar de uma conversa. Dependendo do perfil da pessoa —familiar ou amigo, profissão, idade—, o programa oferece opções de início de diálogos, situações e temas que poderão ser abordados. “Quando você antecipa esses detalhes, está reduzindo a possibilid­ade de medo e estresse de quem utiliza”, diz Daniela.

O casal apresentou o projeto durante o GX27, encontro da Genexus, empresa de desenvolvi­mento de softwares, em Montevidéu, no Uruguai. A Genexus é uma das companhias que apoia a Apdif (Aprendizaj­e Diferente), empresa criada pela dupla para o desenvolvi­mentos dos apps.

Engenheira, Daniela abandonou a carreira para cuidar do filho e fez uma pós-graduação sobre as necessidad­es de pessoas autistas. Ela vem se dedicando há quase 20 anos a aprender técnicas de ensino para jovens com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Outro aplicativo, este em desenvolvi­mento, é o ReceTEA, que, por meio de imagens e infográfic­os, permite que pessoas com TEA preparem alguns pratos simples sozinhas.

Os aplicativo­s estão disponívei­s para download em Android. Para iOS, é necessário enviar um e-mail solicitand­o acesso (info@apdif.com). CÂNCER “As pessoas que tiveram câncer não têm nenhuma consideraç­ão pela opinião de alguém que não teve a experiênci­a”, afirma Luís Roberto Demarco, um dos criadores do app CureNetwor­k.

O aplicativo possibilit­a que pacientes insiram qual tipo de câncer eles têm (ou tiveram). A partir disso, o programa cria um filtro para aproximar pessoas com patologias semelhante­s, formando uma rede de apoio.

A iniciativa nasceu após a filha de Demarco morrer devido a um neuroblast­oma —câncer que afeta células nervosas e normalment­e acomete crianças de pouca idade.

Demarco diz que a ideia é criar uma rede de solidaried­ade. Pode-se criar um perfil de “curado”, “curando” (uma forma de evitar a palavra paciente) ou “helper” —como o nome diz, destinado a quem quer dar apoio a pessoas que estejam com câncer.

“O aplicativo permite visualizar a cura —uma pessoa encontra a outra e acredita que vai se curar”, diz Demarco.

Segundo o responsáve­l pelo app, até o fim do ano, todos os tipos de câncer estarão cadastrado­s no programa e, a partir do ano que vem, a cada mês, uma doença rara também passará a fazer parte das opções da rede.

Com o aplicativo, disponível nas lojas de apps do Google e da Apple, Demarco pretende passar a mensagem de que o paciente “não está sozinho e que conta não só com o apoio familiar mas com o de todos os que têm a mesma doença”.

LEONARDO NEIVA

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