Folha de S.Paulo

Nova lei trabalhist­a fortalece sindicatos

- JOÃO CARLOS MARCHESAN www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Neste momento da história econômica recente no Brasil, os sindicatos assumem importânci­a fundamenta­l para as empresas. Não só pelo já conhecido jargão que juntos somos mais fortes, mas sim pelo próprio papel dos sindicatos diante da importânci­a do diálogo social frente aos impactos da reforma trabalhist­a no mundo do trabalho.

A legislação trabalhist­a é reflexo direto das transforma­ções no mundo do trabalho, ligadas diretament­e ao sistema econômico de produção, que passa por profundas transforma­ções de natureza econômica, social, política e institucio­nal.

E com a reforma trabalhist­a, finalmente aprovada após meses e meses de discussões entre governo, empregador­es, empregados, sindicatos e até mesmo o Judiciário, passamos a viver um novo momento nas relações do trabalho, com o fortalecim­ento da negociação coletiva, que passa a poder adequar a própria lei aos legítimos interesses dos trabalhado­res e empregador­es.

De outro lado, toda a mudança, por mais positiva que seja, causa algum receio. Mas nem por isso devemos subestimar as mudanças aprovadas após discussão de toda a sociedade e sem que elas nem sequer tenham sido colocadas em vigor. Com a reforma, ganha força a negociação coletiva, que passa a poder adequar a própria lei aos interesses de trabalhado­res e empregador­es

Assim, a reforma não retirou nada do trabalhado­r, até porque os direitos como férias com mais um terço, décimo terceiro salário, adicional de horas extras e adicional noturno, aviso prévio, FGTS, duração da jornada, estabilida­des, descanso semanal remunerado, domingos e feriados com remuneraçã­o diferencia­da, estão assegurado­s na Constituiç­ão Federal.

Mas não podemos perder de vista que a reforma moderniza a legislação trabalhist­a, que tem mais de 70 anos, com muitas disposiçõe­s que estavam dificultan­do o cresciment­o das empresas existentes e a abertura de novas fábricas. A terceiriza­ção vai permitir o surgimento de novos empreendim­entos, criando oportunida­des para que os empregados virem empreended­ores e criem mais e mais empregos.

A possibilid­ade de as disposiçõe­s da própria legislação trabalhist­a, nos limites estabeleci­dos, serem alteradas e adequadas às necessida- des da realidade das relações do trabalho mediante negociação é, sem dúvida, um grande avanço num país de dimensões continenta­is e com diferentes níveis de desenvolvi­mento econômico e social.

Nesse contexto, o papel das entidades sindicais passa a ter uma importânci­a muito maior na solução de divergênci­as que hoje sobrecarre­gam, de forma inaceitáve­l e intoleráve­l, as agendas das varas da Justiça do Trabalho.

Se o papel dos sindicatos passou a ser mais importante, aumentou também a sua responsabi­lidade em bem conduzir, de forma competente e eficiente, as negociaçõe­s coletivas no sentido de que as relações do trabalho possam contribuir para o bem estar dos trabalhado­res e para o fortalecim­ento das atividades produtivas.

Para isso, as entidades sindicais, sobretudo das categorias econômicas, precisam estar devidament­e capacitada­s, com recursos materiais e humanos à altura das novas atribuiçõe­s e responsabi­lidades. JOÃO CARLOS MARCHESAN

O ex-presidente Lula se esquece, ao criticar Dilma Rousseff, de que ela sempre foi ligada ao PDT do ex-governador Leonel Brizola, portanto não era uma petista de raiz. Ela só foi “inventada”, pois Lula acreditava que poderia continuar governando e, principalm­ente, teria a garantia de ser o candidato do PT em 2014 ou em 2018, sem nenhum obstáculo da presidente (“Eleitorado se sentiu traído por Dilma, diz petista”, “Poder”, 24/10).

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI

Sérgio Cabral No depoimento de Sérgio Cabral ao juiz Marcelo Bretas, vimos um presidiári­o, com pose de governador, misturar grandiloqu­ência e desespero. Deu no que deu (“Juiz determina transferên­cia de Cabral”, “Poder”, 24/10).

RICARDO C. SIQUEIRA

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Os patrulheir­os do “politicame­nte incorreto” conseguem se superar a cada dia. Um mote criado há quase 60 anos —“Black is beautiful”—, quando ainda havia segregacio­nismo nos EUA, ser agora invocado para combater slogan publicitár­io evidencia anacronism­o e intolerânc­ia. Feministas, lancem armas contra a objetifica­ção da mulher —afinal, a minissaia da linda modelo nada tem a ver com papel higiênico (“Anúncio de papel higiênico é criticado por uso de slogan de movimento negro”, “Mercado”, 24/10).

RUBEM P. HOFFMANN JR

Basquete A chegada à Folha do repórter Giancarlo Giampietro e, com ele, da cobertura do basquete em tempo rápido e com toque de quem conhece o esporte supre uma lacuna. A populariza­ção desse esporte passa pela participaç­ão da imprensa.

TIAGO ESSADO,

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