Folha de S.Paulo

Oposição vai tentar forçar o adiamento da sessão

- RANIER BRAGON

Líderes dos principais partidos de oposição afirmaram que vão trabalhar para tentar adiar a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, marcada para esta quarta-feira (25).

A intenção de PT, PDT, PSB e PC do B é, diferentem­ente da análise da primeira denúncia, não registrar presença na sessão, com objetivo de derrubá-la por falta de quo- rum. Embora não tenham participad­o do encontro, Rede e PSOL tendem a adotar essa mesma posição.

Para que a votação seja iniciada é preciso que pelo menos 342 dos 513 deputados registrem presença. Embora a oposição, sozinha, não tenha número para barrar a sessão, ela conta com dissidente­s da base governista.

Na análise da primeira denúncia, em agosto, Temer teve o apoio de 263 deputados, ante uma base governista for- mal de cerca de 350 parlamenta­res.

“Há dois fatores que, unidos, podem resultar no adiamento da votação: a nossa intenção de não registrar presença e o desejo de parte da base governista de manter aberto o balcão de negócios”, afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), disse que a oposição fará “um esforço muito grande de mobilizaçã­o ao contrário”, no sentido de esvaziar a sessão.

O objetivo dos oposicioni­stas é estender ao máximo o desgaste do governo, que diz ter pelo menos 240 votos para barrar a denúncia —o Planalto precisa do apoio de ao menos 171 deputados.

Ciente da intenção da oposição, governista­s têm mobilizado parlamenta­res da base a registrar a presença e atingir o número de 342.

A alguns não é pedido nem o voto favorável, apenas o registro de presença.

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