Folha de S.Paulo

Com o resultado, as duas denúncias contra Temer — acusação de corrupção pas-

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Com um apoio menor do que o dado em agosto, a Câmara barrou nesta quarta-feira (25) a segunda denúncia da Procurador­ia-Geral da República contra o presidente Michel Temer. O peemedebis­ta obteve 251 votos para impedir o andamento das investigaç­ões, 12 a menos do que há cerca de três meses.

Já a oposição e os dissidente­s da base governista somaram 233 votos, um cresciment­o de 6 votos. Houve 25 ausências e 2 abstenções.

Seriam necessário­s 342 votos para que o Supremo fosse autorizado a analisar a acusação contra Temer e dois de seus ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Apesar do êxito, o resultado reflete um contínuo enfraqueci­mento do já frágil apoio parlamenta­r a Temer, que reúne menos de 50% dos integrante­s da Câmara.

Nos 14 meses restantes de mandato, o presidente manifesta a intenção de aprovar alguns temas, como a reforma da Previdênci­a, que necessitam do aval de ao menos 60% dos congressis­tas.

Em um sinal dos percalços que deve enfrentar, o governo levou oito horas para reunir o número mínimo de deputados para abrir a sessão.

A análise do mapa de votação mostra derrota no PSDB, o principal aliado, e deterioraç­ão em quase todas as siglas. Além disso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dá sinais de distanciam­ento e de intenção de protagoniz­ar a agenda legislativ­a daqui em diante.

O presidente da Câmara já listou a sua agenda dos próximos meses. Defendeu uma reforma da Previdênci­a mais enxuta, propostas de segurança, mudanças no sistema de energia e na área de petróleo. LIMBO 342 eram necessário­s para autorizar o início da ação penal Ausentes: 25; Abstenções: 2; Não votou: 1 siva na primeira e obstrução da Justiça e organizaçã­o criminosa, na segunda— ficam congeladas e só voltam a tramitar após o fim do mandato do peemedebis­ta, em 2019.

Temer foi acusado de avalizar a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha pela JBS e de liderar um esquema que desviou mais de R$ 500 milhões pelo PMDB.

O resultado encerra um capítulo do conturbado momento político iniciado em maio com a divulgação do áudio da CARVALHO, BRUNO BOGHOSSIAN, MARINA DIAS, BERNARDO MELLO FRANCO, CAMILA MATTOSO)

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