Folha de S.Paulo

PSDB engrossa placar negativo para governo, apesar de ameaças

- DE BRASÍLIA

Apesar da ameaça do Palácio do Planalto de tratar como oposição os infiéis, o mapa de votações desta quarta-feira (25) mostra que Michel Temer perdeu votos em praticamen­te todas as siglas, incluindo nas duas principais de seu governo, o PMDB e o PSDB.

Os tucanos são os principais aliados do presidente e comandam quatro ministério­s, incluindo o responsáve­l pela articulaçã­o política.

Se na primeira denúncia o PSDB rachou, mas se inclinou levemente a favor de Temer (22 votos a 21), desta vez o jogo virou: foram 23 votos contra ele e 20 a favor.

A mudança se deve à ausência de deputados que votaram na primeira denúncia, aliada à presença de outros que, em agosto, não comparecer­am —como Shéridan (PSDB-RR), que nesta quarta votou a favor da denúncia.

Ficou ao lado de Temer o grupo de Aécio Neves (PSDBMG), que teve o mandato restabelec­ido pelo Senado com a decisiva ajuda do Planalto. Como em agosto, o grupo ligado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) se colocou em peso contra o presidente da República, além da ala jovem do partido.

Mal terminou a votação, o grupo tucano que defende o desembarqu­e do governo começou a comemorar o resultado. Embora ainda seja um placar apertado, a margem de três votos fortalece o presidente interino da sigla, o senador Tasso Jereissati (CE).

O senador cearense disparou ligações a aliados logo após a conclusão da votação dizendo que a ala governista do partido não tem motivo para dizer que é majoritári­a. SÃO PAULO A bancada tucana paulista repetiu o voto em massa contra o peemedebis­ta apesar de Alckmin ter declarado que seria “melhor para o país” a permanênci­a de Temer.

Na votação do primeiro relatório, em agosto, foram 12 tucanos a favor de investigar Temer e 1, contra. Agora, o placar foi 10 a 1 —Mara Gabrilli, que havia votado contra o peemedebis­ta em agosto, estava ausente desta vez. O único voto pró-Temer se repetiu: a deputada Bruna Furlan.

Nos últimos dias, o Planalto fez ventilar que teria o trabalho do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para tentar mudar alguns votos. Alckmin, porém, tem influência maior na bancada federal.

O governador nunca foi entusiasta do apoio do partido ao governo Temer, embora tenha oscilado em suas declaraçõe­s. O fiador principal da aliança era Aécio Neves.

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Nelson Antoine/Folhapress » NA RUA Ato na av. Paulista organizado por movimentos como MTST e siglas de esquerda acompanhou votação pela TV diante do escritório da Presidênci­a e fez críticas a Temer 171

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