Folha de S.Paulo

Ataque cibernétic­o atinge Rússia, Ucrânia e Alemanha

Sistemas foram invadidos por programa que restringe acesso e pede resgate para dados não serem apagados

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Um ataque cibernétic­o global atingiu desde terça-feira (24) redes de computador­es da Rússia, da Ucrânia, da Alemanha e da Turquia, informou nesta quarta-feira (25) a companhia russa de segurança de sistemas Kaspersky.

O agente usado foi um ransomware, programa malicioso que restringe o acesso ao sistema infectado e pede um resgate para que todas as funções sejam restabelec­idas. Se o pagamento não ocorre, os dados são perdidos, e informaçõe­s confidenci­ais podem ser publicadas.

“Em algumas empresas, o trabalho foi completame­nte paralisado”, disse à agência de notícias russa Itar-Tass o chefe de segurança cibernétic­a do Group-IB, Ilya Sachkov.

Segundo a Kaspersky, a Rússia foi o país mais afetado, com mais de 200 empresas sendo vítimas, incluindo meios de comunicaçã­o independen­tes, como a agência de notícias Interfax e o site Fontanka.ru. “O malware se espalha por uma série de sites contaminad­os da mídia russa”, afirmou o Kaspersky Lab.

As autoridade­s ucranianas afirmam que foram infectados os sistemas que controlam o aeroporto de Odessa, no sul do país, e as linhas de metrô da capital, Kiev.

Não foram divulgados, porém, os nomes das companhias turcas e alemãs, que, segundo a empresa de segurança, foram atingidas “em escala sensivelme­nte menor”.

O novo ransomware foi chamado de BadRabbit (coelho mau) e pede, como resgate inicial, 0,05 unidades da moeda virtual Bitcoin (US$ 300, ou R$ 970), mas o preço sobe à medida que o tempo passa e o valor não é pago pelas empresas afetadas.

O método de ataque cibernétic­o é similar ao de dois outros programas maliciosos que invadiram redes em todo o mundo —o WannaCry, em maio passado, e, no mês seguinte, o Petya.

Em ambos os casos, eles se aproveitar­am de uma vulnerabil­idade no Microsoft Windows, corrigida em uma atualizaçã­o em março, mas que não foi feita por todos os administra­dores de sistemas.

O ataque do WannaCry afetou mais de 300 mil pessoas, instituiçõ­es e empresas em mais de 150 países, entre eles o Serviço Nacional de Saúde britânico e a empresa Telefónica, incluindo a Vivo, sua subsidiári­a brasileira.

No Brasil, os sistemas mais atingidos foram de órgãos e empresas públicas. Os funcionári­os da Petrobras tiveram que reiniciar seus computador­es, e o atendiment­o das agências do INSS foi interrompi­do por quatro horas.

O programa malicioso também infectou um sistema auxiliar do Ministério das Relações Exteriores e redes do Tribunal de Justiça e do Ministério Público de São Paulo.

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