Folha de S.Paulo

Procura-se candidato

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BRASÍLIA - O deputado Rodrigo Maia quer influir na sucessão presidenci­al. Animado com as negociaçõe­s para inflar o DEM, ele sonha em tirar o partido do velho papel de coadjuvant­e dos tucanos. Para isso, busca um candidato capaz de liderar a centro-direita em 2018.

O líder das pesquisas é o ex-presidente Lula, que ensaia uma guinada à esquerda. Em segundo lugar aparece o deputado Jair Bolsonaro, porta-voz de uma direita radical que nunca chegou ao poder pelo voto.

Os dois têm monopoliza­do o debate, mas o presidente da Câmara vê espaço para uma alternativ­a moderada. “Vai haver um caminho pelo centro. Estou apostando tudo nisso”, afirma. Ele dá a receita como se redigisse um anúncio de emprego: “Queremos um candidato de centro, liberal na economia e conservado­r nos valores, respeitand­o as minorias”.

O antigo PFL quer aproveitar a divisão dos tucanos para buscar protagonis­mo na sucessão. O partido não lança candidato próprio desde 1989, quando Aureliano Chaves teve apenas 0,8% dos votos. Ele foi abandonado pelos correligio­nários, que namoraram com Sílvio Santos e trocaram alianças com Fernando Collor.

Agora o DEM flerta com outros “outsiders”. O primeiro da lista foi João Doria, que ensaiou deixar o PSDB para disputar o Planalto. Nas últimas semanas, o prefeito perdeu a preferênci­a para o apresentad­or Luciano Huck, ainda sem filiação partidária.

Maia diz que Doria ainda pode emplacar, desde que recupere a boa avaliação em São Paulo. “Ele não está fora do jogo de forma alguma”, afirma. O deputado também é só elogios para Huck: “Ele tem boa formação, apoio popular e uma visão muito parecida com a nossa na economia”.

A aliança com Geraldo Alckmin seria natural, mas parece não empolgar muito o DEM. Mesmo assim, Maia mantém um pé da canoa do governador. “Ele perdeu em 2006 porque o PSDB estava dividido. Se unificar o partido, ainda pode ser um candidato muito forte”, afirma.

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