Luz terá tarifa extra elevada em novembro
Bandeira vermelha 2 continua em vigor, mas agora com taxa de R$ 5 a cada 100 kWh
DE SÃO PAULO
A Cooperativa de Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) tenta um empréstimo com o BNDES para recomprar os 50% da Itambé que venderam a Joesley e Wesley Batista em 2013.
Segundo executivos próximos às tratativas, representantes da cooperativa tiveram uma primeira reunião com o banco, mas o assunto ainda não avançou.
A CCPR não respondeu ao contato da reportagem, e o BNDES não se pronunciou.
Os produtores rurais precisam levantar R$ 600 milhões para exercer o direito de preferência e retomar o controle total da Itambé.
Se não conseguirem, a empresa será vendida para a mexicana Lala, que finalizou na quinta-feira (26) a compra da Vigor e dos 50% da Itambé que pertenciam à J&F, holding dos Batista.
Com dificuldades para estruturar o financiamento, a CCPR pediu que o prazo de pagamento fosse estendido até a aprovação do negócio pelo Cade.
Pessoas próximas às conversas dizem que a cooperativa tem o apoio do governo estadual, que planeja financiar a aquisição por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. O BDMG atua como repassador de linhas de crédito do BNDES. Procurado, o governo de Minas não Se pronunciou.
Assessores dos Batista ficaram surpresos com a disposição do BNDES de avaliar o financiamento à cooperativa, que pode enfrentar dificuldades para pagar a dívida. Sócio da J&F da JBS, o BNDES trava uma guerra com Joesley e Wesley desde a delação.
A expectativa do mercado é que a CCPR busque um novo sócio para quitar o financiamento. Quando fez negócio com os Batista, quatro anos atrás, a cooperativa enfrentava problemas financeiros e chegou a avaliar vender a Itambé para a própria Lala, mas o acordo não vingou.
A J&F foi o único interessado que topou comprar apenas metade da Itambé e compartilhar o controle e a gestão os produtores. Executivos do setor acreditam que pode ser difícil encontrar outro comprador nesses termos.
No formato original, o negócio selado entre J&F e Lala previa a venda da Vigor e da Itambé por R$ 5,7 bilhões, incluindo as dívidas. A CCPR, no entanto, ficou insatisfeita com a avaliação da Itambé feita pelos mexicanos.
A Lala estava disposta a pagar R$ 1,4 bilhão pela Itambé, 66% menos que os R$ 4,1 bilhões oferecidos pela Vigor.
Para os mexicanos, os produtos da Vigor tem mais valor agregado.
Já a CCPR argumenta que a rede de captação de leite da Itambé é melhor.
A decisão da CCPR de não participar do negócio provocou dificuldades para os Batista, que demoraram mais de dois meses para finalizar a operação. Os mexicanos chegaram a pedir desconto pela Vigor, mas não conseguiram.
Sem melhora na situação dos reservatórios das hidrelétricas, a conta de luz terá custo maior em novembro.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou nesta sexta-feira (27) que será mantida a bandeira vermelha, no patamar 2, no próximo mês. Isso representa uma cobrança de R$ 5,00 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Apesar de a bandeira do mês de outubro ser a mesma, o custo subirá em novembro porque a Aneel revisou a metodologia das bandeiras tarifárias.
Na terça (24), a agência aprovou o aumento da cobrança máxima —a bandeira vermelha em patamar 2— de R$ 3,50 (valor que vigora até este mês) para R$ 5 a cada 100 kWh. “Não houve evolução na situação dos reservatórios das hidrelétricas em relação ao mês anterior”, informou a Aneel.
As bandeiras servem para repassar ao consumidor os custos extras das distribuidoras ao longo do ano. É o que ocorre quando falta água: as empresas contratam energia mais cara —de termelétricas, por exemplo— para compensar o nível baixo das hidrelétricas, e as bandeiras amarelas e vermelhas, em primeiro e segundo patamar, são acionadas. (LAÍS ALEGRETTI) O Ministério do Trabalho divulgou nesta sexta (27) a chamada “lista suja”, com a indicação de que 131 empregadores submeteram mais de 2.000 trabalhadores a condições análogas à de escravo. A publicação ocorreu após polêmica
folha.com/no1931041