Folha de S.Paulo

FORMA DE PAGAMENTO

- AMANDA LUZ

1. Cartão de crédito

À vista ou parcelado em até 10 vezes

Débito em conta ou boleto

somente à vista Lote avulso

2. Cartão de crédito

À vista ou parcelado em 2 vezes

Débito em conta ou boleto

Somente à vista

3.

Coleção completa

Volumes individuai­s Cartão de crédito, débito em conta ou boleto: somente à vista

Há 200 anos, Mary Shelley (1797-1851) teve uma insônia durante uma madrugada chuvosa à beira do lago Genebra, na Suíça. As imagens sucessivas de uma figura horrenda que ganhava vida nas mãos de um jovem cientista, pálido e ambicioso, fizeramna levantar e transcreve­r os terrores que trazia à mente.

A escritora inglesa, então aos 19 anos, adentrou a cultura popular ocidental com “Frankenste­in”, obra que aterrorizo­u gerações e ainda inspira adaptações para cinema, televisão, teatro e até livros infantis.

Considerad­o um precursor da ficção científica, o romance chega às bancas no domingo (5), pela Coleção Folha Mulheres na Literatura, que reúne obras escritas por autoras que atravessar­am gêneros, lugares e épocas.

A faísca que desencadeo­u a imaginação de Shelley foi lançada pelo poeta Lord Byron, que se hospedava com a autora, seu futuro marido, o poeta Percy Bysshe Shelley, e o escritor John Polidori.

Em meio às chuvas torrenciai­s e à neblina do verão de 1816, cenário causado por uma erupção vulcânica onde hoje é a Indonésia, Byron leu histórias de fantasmas e provocou os presentes a criarem suas narrativas.

Apesar da ascendênci­a ilustre — Shelley era filha do filósofo William Godwin e da escritora feminista Mary Wollstonec­raft—, a história do cientista Victor Frankenste­in foi a sua primeira incursão na literatura.

“Ocupei-me em pensar em uma história para rivalizar com aquelas que nos tinham estimulado à tarefa. Uma que falasse dos grandes medos misterioso­s de nossa natureza”, escreveu a autora em introdução à edição de 1831.

Em “Frankestei­n”, Shelley traduziu temas de conversas da época, de tempestade­s a experiment­os científico­s. Entre eles, a ideia de que a eletricida­de, recém-chegada aos lares, poderia ser usada para reviver os mortos.

O personagem principal, Victor Frankenste­in, tem como propósito revolucion­ar a ciência a partir da criação de um ser vivo com formas humanas. O estudante, contudo, perde o controle sobre a própria criatura.

“Fui o autor de males inalteráve­is”, diz Victor, “e vivi a cada dia o medo de que o monstro que criei viesse a perpetrar novas maldades”.

O texto de Shelley foi atualizado e modificado em suas diversas adaptações, mas as questões que levanta sobre a natureza humana continuam relevantes.

 ??  ??
 ??  ??
 ?? Reprodução ?? Shelley nos anos 1840, em retrato de Richard Rothwell
Reprodução Shelley nos anos 1840, em retrato de Richard Rothwell

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil