Planalto nega ilegalidade e ataca Funaro
que, em 2010, na condição de operador do PMDB, procurou Natalino Bertin, dono do grupo, e marcou um encontro em São Paulo para discutir doações eleitorais.
As contribuições teriam sido acertadas em almoço no Hotel Tivoli Mofarrej do qual teriam participado Funaro, Cunha, Natalino e o ex-deputado Cândido Vaccarezza (ex-PT, hoje no Avante), então líder do governo Lula na Câmara.
“Foi estipulado um valor de doações que era reflexo das intenções do Natalino Bertin de reivindicar depois coisas a favor do grupo”, disse Funaro.
Ele afirmou que os repasses foram por dentro e por fora do sistema oficial. Disse achar que, no caso de Temer, o montante foi oficialmente doado ao PMDB nacional. Mais R$ 1 milhão teria sido destinado a Cunha e “R$ 1 milhão ou R$ 1,5 milhão” a Vaccarezza.
O delator disse que há registros das contribuições. O controle, detalhou, foi feito em uma agenda apreendida pela Polícia Federal, na qual registrava informações como “cobrar Natalino Bertin de doação para o Temer”.
Dados a respeito também teriam sido anotados num caderno do dono da Bertin, de posse da PF.
DE BRASÍLIA
O Planalto informou, em nota, que o presidente Michel Temer contesta “de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos”. “Ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça”, diz, sobre afirmações de Lúcio Funaro.
Em 2010, segundo o Planalto, o PMDB recebeu R$ 1,5 milhão em três parcelas de 500 mil reais como doação oficial à campanha, declarados na prestação de contas do partido. “Os valores não têm relação com financiamento do FI-FGTS [Fundo de Investimentos do FGTS, gerido pela Caixa]”, acrescentou.
A Bertin diz em nota que “mantém-se à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos”. Moreira Franco disse que Funaro “vive da mentira”.