Folha de S.Paulo

Durante discurso na Firjan, Doria disse que não está na política para enriquecer, afirmou que doa mensalment­e

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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu nesta terça (31) a criação de uma frente ampla de partidos de centro em 2018 para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado Jair Bolsonaro (PSC), pré-candidatos à Presidênci­a que lideram pesquisas eleitorais no momento.

“Será que teremos um Lula aqui na frente? Será que é essa a salvação do Brasil? Ou será o Bolsonaro? Eu digo que não. Precisamos nos apoiar em pilares que possam transforma­r o Brasil e, para isso, as forças democrátic­as e de centro precisam estar unidas. Nesse sentido, contem comigo”, afirmou, em palestra na Firjan (Federação das Indústrias do Rio).

“Se nós, que temos uma posição central para salvar o Brasil, não estivermos unidos, quem ganhará a eleição será um extremista, de esquerda ou de direita”, disse o prefeito.

Doria evitou dar mais detalhes de quem poderia compor essa frente, mas disse que ela seria “brasileirí­ssima” e incluiria o PMDB, partido de Michel Temer.

“Quando aglutina [pessoas com interesses em um mesmo objetivo] fica algo menos personalis­ta”, disse. “Eu como prefeito eleito com 3 milhões de votos na maior cidade do país teria assento nessa frente”. PMDB Questionad­o se a aliança com o governo Temer e o PMDB, envolto em suspeitas de corrupção, não seria ruim em uma possível disputa eleitoral, disse: “Não vejo candidatur­a vitoriosa se esses partidos estiverem fracionado­s”.

Doria também pregou a união no PSDB, mas evitou se posicionar sobre a possibilid­ade levantada por uma ala do partido de uma chapa puro sangue formada pelo governador paulista, Geraldo Alckmin, como cabeça, e ele como vice. “Todas as hipóteses estão em aberto”.

De manhã, quando anunciou uma parceria com a Prefeitura do Rio para licitações conjuntas para a compra de medicament­os para hospitais municipais, Doria voltou a dizer que não estava fazendo campanha eleitoral antecipada.

Questionad­o se a aliança com o prefeito e ex-bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo Crivella seria mantida no período eleitoral, Doria negou. “A aliança é de coração e de gestão”, afirmou.

Doria e Crivella ressaltara­m que suas famílias são amigas há 40 anos. Crivella disse ter sido amigo pessoal do pai do prefeito. “Estou aqui na condição de prefeito e não de candidato a nada”. PT

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