Folha de S.Paulo

Atentado com caminhonet­e mata pelo menos 8 em NY

Homem invade ciclovia e atropela passantes antes de ser alvejado e detido

- SILAS MARTÍ

Suspeito, que usou carro alugado, nasceu no Uzbequistã­o e vivia nos EUA desde 2010; ataque feriu outros 11

Um homem dirigindo uma caminhonet­e alugada invadiu uma ciclovia, atropelou pedestres e ciclistas e matou ao menos oito pessoas na tarde desta terça-feira (31) em Nova York antes de ser alvejado por um policial e detido.

O sul de Manhattan, onde o ataque ocorreu, abriga a prefeitura de Nova York, o distrito financeiro e o memorial do World Trade Center, que marca o local dos atentados do 11 de Setembro. A polícia e o governo local tratam o ocorrido como atentado terrorista —o primeiro a deixar mortos na cidade desde o ataque da Al Qaeda em 2001.

O atropelame­nto aconteceu em uma ciclovia na rua West, que corre em paralelo ao parque na margem do rio Hudson, perto da rua Chambers e diante de uma escola.

Segundo o jornal “The Washington Post”, o suspeito é Sayfullo Saipov, 29, que nasceu no Uzbequistã­o, mas mora nos EUA desde 2010 com autorizaçã­o de residência.

Após a informação emergir, o presidente Donald Trump prometeu enrijecer a política migratória. Mais cedo, ele atribuíra o atentado a “uma pessoa doente e perigosa”. “As forças de segurança acompanham o caso. NÃO NOS EUA!”, escreveu.

A polícia encontrou uma carta de motorista emitida em argentino identifico­u os mortos como Hernán Diego Mendoza, Diego Enrique Angelini, Alejandro Damián Pagnucco, Ariel Erlij e Hernán Ferruchi. Eles faziam parte de um grupo de amigos que foi a NY comemorar 30 anos de formado, segundo o “Clarín”. Além dos mortos, outro integrante da caravana ficou ferido. A identidade das outras vítimas não foi divulgada.

“É um dia muito doloroso em nossa cidade. Com base nas informaçõe­s que temos até este momento, foi um ato terrorista, um ato covarde de terror. Sabemos que esse foi um ato para abalar nosso espírito, mas nós, nova-iorquinos, somos resiliente­s”, disse o prefeito Bill de Blasio.

Segundo as autoridade­s, seis pessoas morreram no local e outras duas no hospital. Além delas, há pelo menos 11 feridos. A caminhonet­e invadiu a rua West, uma ciclovia também usada por pedestres, às 15h05 locais (17h05 no horário de Brasília), atropeland­o quem estava no caminho.

Depois de bater em um ônibus escolar —e deixar duas crianças feridas—, Saipov saiu do veículo com uma arma de ar comprimido que dispara chumbinho e outra usada em jogos de paintball.

O “New York Times” relatou que Saipov gritava “Allahu Akbar” (“Deus é grande”, em árabe) ao sair do carro. Testemunha­s, porém, dão versões distintas. “Não faz sentido ele ter dito isso. Não ouvi nada”, disse à Folha o estudante Mohamed Hamsa. “Vi ele andando na rua com sua arma na mão tranquilo.”

O policial Ryan Nash, que segundo o tabloide “New York Daily News” atendia a um chamado de emergência em uma escola local onde uma aluna ameaçara se matar, viu a cena e disparou contra o suspeito, que após ser detido foi levado para um hospital, onde seria operado.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou não haver informaçõe­s sobre outros envolvidos.

“Sabemos que Nova York é um símbolo de democracia e liberdade”, disse Cuomo. “Não deixem terrorista­s alterarem suas vidas.” 2 O veículo seguiu no sentido sul, em direção ao memorial do World Trade Center; no caminho atropelou pelo menos 19 pessoas (oito delas morreram) 3 Após percorrer mais de um quilômetro na pista, a caminhonet­e atinge a lateral de um ônibus escolar quando tentava atravessar a rua Chambers Colégio Stuyvesant 2 1 MANHATTAN

5 Policiais intercedem e atingem o motorista com tiros no estômago. O atropelado­r é então preso

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Equipes de resgate socorrem vítimas de atentado terrorista com caminhonet­e em ciclovia em Manhattan, Nova York; suspeito nasceu no Uzbequistã­o e vivia nos EUA desde 2010
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WestSt 200 m

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