Folha de S.Paulo

Em folha, continua declinante. Assim, a tendência de arrecadaçã­o, no médio e longo, prazo é de queda.

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so, professor da Universida­de de São Paulo.

A taxa de desemprego teve uma ligeira queda. Foi de 13% (no trimestre encerrado em junho) para 12,4% (no encerrado em setembro). Essa melhora, porém, foi puxada pelo trabalho informal, sem carteira assinada. Esses trabalhado­res não são obrigados a contribuir com a Previdênci­a.

Um levantamen­tos realizado em 2016 indicou que os informais continuara­m a contribuir. De lá para cá, porém, eles podem ter optado por suspender o pagamento, diz Bruno Ottoni, do Ibre, da FGV.

Outra possibilid­ade é que a nova leva de trabalhado­res informais que entraram no mercado recentemen­te já conseguem contribuir, diz ele.

De modo geral, a tendência é que a maior parte desse grupo, formado em especial pelos trabalhado­res por conta própria, não contribua com a Previdênci­a, diz Sarah Bretones, da MCM Consultore­s.

Já o número de trabalhado­res com carteira assinada, cuja contribuiç­ão é descontada PEJOTIZAÇíO Paras os especialis­tas, essa realidade acende um sinal de alerta em relação as reformas. De um lado, reforça a necessidad­e da reforma da Previdênci­a, cujo rombo sobe ano a ano. A sua discussão está paralisada no Congresso e, com a proximidad­e das eleições, a perspectiv­a é que será aprovada uma versão diluída.

Do outro lado, chama a atenção para os impactos da reforma trabalhist­a sobre o INSS. Ottoni lembra que as mudanças incentivam a contração do chamado PJ (pessoa jurídica), que paga cerca de um terço de tributos em comparação a um empregado registrado, mesmo exercendo tarefas parecidas.

“O PJ é comum nas classes com maior renda que buscam alívio tributário. Por isso, as três reformas —previdenci­ária, trabalhist­a e tributária— estão ligadas”, diz Afonso.

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