Trabalho informal reduz para 12,4% taxa de desemprego
DE SÃO PAULO
Cerca de 1,4 milhão de trabalhadores deixaram de contribuir com a Previdência Social desde 2014, ano de início da recessão, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (31). O movimento, que era tênue em 2016, se intensificou em 2017.
No trimestre entre julho e setembro do ano passado, 65,6% dos trabalhadores contribuíam com a Previdência. No mesmo trimestre deste ano, a participação caiu para 63,8%. O nível de participantes retrocede aos patamares registrados em 2013.
A queda no número de pessoas, porém, não se refletiu na receita da contribuição previdenciária. Neste ano, a arrecadação teve uma pequena recuperação. Até agosto, a alta era de 4,6% sobre igual período de 2016.
A expansão ocorreu após essa receita ter despencado 10,8% entre 2014 e 2015.
Uma explicação para o paradoxo estaria no comportamento dos ganhos salariais e na forma como se cobra a Previdência. A massa de salários tem apresentado crescimento, mesmo descontada a inflação. Como a contribuição previdenciária incide sobre o salário nominal, o volume arrecadado consegue se manter, ainda que haja quede contribuintes.
O fato de ter ocorrido aumento de vagas para empregados com curso superior e maior remuneração média entre os trabalhadores também justificaria o quadro.
A retração abrupta no número de contribuintes tem outra explicação. Poderia ser atribuída à chamada “recuperação assimétrica” do mercado de trabalho, diz o economista Luis Eduardo Afon-
A taxa de desemprego no país no terceiro trimestre recuou para 12,4%, divulgou o IBGE nesta terça (31).
No trimestre encerrado em junho, a taxa havia sido de 13%. As informações são da Pnad Contínua, pesquisa de emprego de abrangência nacional.
A taxa do terceiro trimestre foi a menor do ano até o momento. Ela é, contudo, a maior para trimestres encerrados em setembro desde o início da série histórica, em 2012.
A queda do desemprego ocorre pelo aumento do emprego informal em detrimento de postos com carteira de trabalho assinada.
“O diagnóstico tem se repetido neste ano. O desemprego cai à medida que aumenta a geração de vagas sem carteira ou por conta própria. Na outra ponta, o trabalho com carteira assinada está nos menores níveis da série histórica”, afirma o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. “A crise ‘informalizou’ muito o mercado de trabalho.”
O país encerrou o terceiro trimestre com 12,9 milhões de pessoas desocupadas, que são pessoas sem emprego, mas que estão em busca de oportunidade. O dado representa queda de 3,9% em relação ao trimestre encerrado em junho.
Havia ao final de setembro, 524 mil pessoas a menos na fila do emprego, de acordo com o IBGE.