Concorrência questiona valor do investimento
DE SÃO PAULO
Existem satélites operados por empresas privadas que fornecem os mesmos serviços do SGDC e custam menos.
A SES, maior empresa do setor, diz pagar uma média de US$ 350 milhões (R$ 1,15 bilhão) pela construção de seus satélites.
No ano que vem, a operadora põe em órbita o SES-14, estacionado no Brasil, com bandas Ka e Ku (dedicada a vídeo).
Já a Embratel lança, em 2019, o Star One D2, satélite geoestacionário com banda Ka, Ku, C (celular) e também banda X para o Ministério da Defesa. A empresa não revela o valor do investimento.
As empresas privadas, porém, não cobrem todo o território brasileiro, como o SGDC. É algo que deve ser resolvido pela nova geração de satélites com tecnologia HTS (“high throughput”), que vêm com uma capacidade maior.
Jurandir Pitsch, vicepresidente de vendas na América Latina da SES, afirma que é improvável que o SGDC consiga oferecer preços competitivos às operadoras, já que tem que cobrir os R$ 2,8 bilhões de investimento.
Eduardo Tude, da Teleco, afirma que o valor elevado do SGDC provavelmente se deve à banda X. “Esse equipamento costuma ser mais caro.”
Outro questionamento se deve ao valor pago pela posição orbital, que é onde fica estacionado o satélite. A Telebras pagou cerca de R$ 4 milhões pelo espaço, enquanto empresas privadas pagam até dez vezes isso.
“Não era para o SGDC ser nosso concorrente, mas virou. O intuito inicialmente era o atendimento social, mas a Telebras hoje não tem capacidade de fazer o que foi combinado”, diz Pitsch, da SES.
A Yahsat, empresa dos Emirados Árabes Unidos, é outra concorrente. Com o satélite Al Yah 3, a empresa quer fornecer sinal de rede móvel para a TIM e vender banda larga direto para os usuários.
Em 2014, a Yahsat pagou R$ 44 milhões pela posição orbital do satélite.