Folha de S.Paulo

Pelo resgate dos trabalhado­res.

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SABONETEIR­A Detalhes como a saboneteir­a citada por Temer, são considerad­os simples irregulari­dades, mas precisam ser relatados em uma auditoria.

“Quando o auditor vai fiscalizar, ele tem que olhar toda e qualquer irregulari­dade. Se ele se deparar com uma saboneteir­a em altura errada, tem obrigação de emitir um auto de infração. Se não fizer, ele está prevarican­do”, diz Antônio Mello, coordenado­r da OIT (Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho).

“Não quer dizer que saboneteir­a ou distância entre camas, mesmo que tudo isso apareça junto, será trabalho escravo. O critério é conservado­r”, diz Mello.

A saboneteir­a citada por Temer foi parte da fiscalizaç­ão de uma construtor­a em 2011, com 44 autos de infração pelas condições degradante­s dos operários, incluindo falta de colchão, água, retenção de carteira de trabalho e atraso de salários.

Para Lidiane Barros, fiscal que atuou na operação desta semana e presidente do sindicato de auditores da Bahia, a portaria pode anular o combate a esse crime no país.

“Se a portaria vier, ela vai acabar com o entendimen­to de que até mesmo as situações extremas são indignas, porque ela ataca exatamente os dois pontos que mais geram resgate de trabalhado­res no país, que são degradânci­a e jornada exaustiva”, diz ela.

Além da pressão política, a categoria tem gargalos financeiro­s, diz Matheus Magalhães, do Instituto de Estudos Sócio Econômicos, que divulgou neste mês uma pesquisa da carência de mão de obra e recursos na auditoria.

“De 2010 a 2016, caiu pela metade os recursos para esse

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