Folha de S.Paulo

Geopolític­a da Eurásia evidencia legados revolucion­ário e do regime imperial

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antes da formação da União Soviética em 1922, mas buscando autonomia.

“O gênio do nacionalis­mo já estava fora da lâmpada antes, nos estertores do czarismo”, sustenta Plokhii, autor de “O Último Império” (Leya, 2015), estudo da causa mortis da União Soviética.

Isso levou ao processo tumultuado de relação entre o poder central e as periferias do império socialista.

A reabsorção da península da Crimeia por Putin em 2014 fala tanto sobre suas preocupaçõ­es com a Otan quanto sobre o que o russo médio considera reparação histórica: a região de maioria pró-Moscou havia sido entregue pelo secretário-geral Nikita Krushchev a Kiev em 1954 como um presente para seus compatriot­as.

Putin busca reduzir a importânci­a de toda essa herança. Em 2013, no clube de discussões Valdai, afirmou que “a Rússia deixou a ideologia soviética para trás e está voltando para sua própria história”, ponderando que seria necessário evitar “idealizar a Rússia pré-1917”.

Para o historiado­r Nikita Sokolov, Putin tenta reescrever os fatos à luz da conveniênc­ia. O presidente só vê “um conjunto de respostas que ele considera corretas para a história”, diz Sokolov, um dos fundadores da Sociedade Histórica Independen­te e pesquisado­r do Centro Boris Ieltsin, em Moscou. PACTO COM HITLER

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