Ex-presidente da CBF, Marin será julgado a partir de hoje nos EUA
Cartola de 85 anos se diz inocente das acusações de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro
Marin cumpre prisão domiciliar desde maio do ano passado em seu apartamento na Trump Tower, em Nova York
José Maria Marin, 85, o expresidente da CBF acusado de crimes financeiros no escândalo de corrupção da Fifa, verá uma paisagem diferente de Nova York.
Em prisão domiciliar desde maio de 2016 em seu apartamento na Trump Tower, no coração de Manhattan, o cartola começa a ser julgado nesta segunda (6) no Brooklyn, tendo de ir até a corte do bairro do outro lado da cidade.
Marin, Manuel Burga, chefe do futebol peruano, e Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol e ex-vice da Fifa, são os únicos réus que se declararam inocentes das acusações de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro à Justiça americana, sendo que os demais se assumiram culpados. O caso está nas mãos da juíza Pamela Chen.
Marin é acusado de ter recebido propinas para conceder contratos na CBF para a Copa do Brasil, Copa América e Copa Libertadores. Ele foi preso na Suíça em 2015, junto de outros seis cartolas, e extraditado para os EUA a pedido da Justiça americana, que conduz a investigação.
Na primeira semana do julgamento, que deve durar um mês e meio, serão escolhidos 12 jurados e seis suplentes. Tanto a acusação quanto a defesa podem vetar jurados, um processo que deve levar até pelo menos o dia 10.
Seus nomes não serão conhecidos e eles serão escoltados de suas casas até a corte pela polícia, permanecendo incomunicáveis.
O pedido de manter secreta a identidade dos jurados –nem os advogados saberão seus nomes e terão de se referir a eles por um número– partiu da Justiça americana.
Os advogados de Marin, que em Nova York é defendido por Chales Stillman da firma Ballard Spahr, um dos maiores especialistas dos EUA em crimes de colarinho branco, entraram com recurso para derrubar a ordem, mas não tiveram sucesso.
Testemunhas começam a ser ouvidas a partir do dia 13. Seus nomes também são mantidos em sigilo. Os procuradores afirmam que por causa da dimensão do caso e do poder dos réus elas podem sofrer intimidação.
JEFFREY WEBB
EX-PRESIDENTE DA CONCACAF
Acusado de receber propina na venda de direitos comerciais de campeonatos da Concacaf. Indiciado por conspiração para extorsão, conspiração para fraude financeira e conspiração para lavagem de dinheiro
Declarou-se culpado e concordou em devolver US$ 6,7 milhões
Já foi julgado. Sentença será anunciada em 24 de janeiro de 2018
> > > EUGENIO FIGUEREDO
EX-PRESIDENTE DA CONMEBOL
Foi acusado pela Justiça americana de receber propina na venda de direitos da Copa América. Indiciado por conspiração para extorsão, fraude financeira, e lavagem de dinheiro, aquisição ilícita de naturalização e auxílio na elaboração de fraude fiscal
Fez acordo de delação com a Justiça uruguaia e foi extraditado para o país. Ficou detido até abril de 2016, hoje aguarda julgamento em prisão domiciliar
> > JULIO ROCHA
EX-PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DA NICARÁGUA
Acusado de levar propina na venda de direitos comerciais das eliminatórias da Copa do Mundo. Indiciado por conspiração para extorção e conspiração para fraude financeira
Declarou-se culpado e concordou em devolver US$ 292 mil
Já julgado. Data de anúncio da sentença será definida
> > > JOSÉ MARIA MARIN
EX-PRESIDENTE DA CBF
Acusado de receber propina na venda de direitos comerciais da Copa América, Libertadores e da Copa do Brasil. Indiciado por conspiração para extorsão, conspiração para fraude financeira e conspiração para lavagem de dinheiro
Declarouse inocente
Julgamento começa nesta segunda (6)
> > > SE DECLARARAM INOCENTES DE TODAS AS ACUSAÇÕES ALÉM DE MARIN