Folha de S.Paulo

Tribunal eleva pena de Vaccari para 24 anos

Ex-tesoureiro do PT havia sido condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a 10 anos de prisão

- ANA LUIZA ALBUQUERQU­E

Defesa afirma que irá recorrer e diz que condenação foi decidida com base apenas em delações

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto teve a pena aumentada de dez para 24 anos de reclusão nesta terça (7), após julgamento no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

Ainda que tenha sido absolvido de dois entre cinco crimes de corrupção, os três restantes deixaram de ser considerad­os um só e passaram a ser somados, resultando no aumento da pena final. A defesa, no entanto, irá recorrer.

O tribunal manteve as condenaçõe­s e as penas do publicitár­io João Santana, de sua mulher, Mônica Moura, e do operador Zwi Skornicki.

Segundo o desembarga­dor João Pedro Gebran Neto, Vaccari “solicitou, aceitou e recebeu para si e para o PT os valores espúrios oferecidos pelo Grupo Keppel Fels”.

O desembarga­dor Leandro Paulsen, que absolveu o ex-tesoureiro em duas apelações criminais julgadas anteriorme­nte, afirmou que “neste processo, pela primeira vez, há declaraçõe­s de delatores, depoimento­s de testemunha­s, depoimento­s de corréus que à época não haviam celebrado qualquer acordo com o Ministério Público Federal e, especialme­nte, provas de corroboraç­ão apontando, acima de qualquer dúvida razoável”.

Esta é a terceira vez que o tribunal julga apelação de Vaccari e a primeira em que há aumento de pena. Nos dois julgamento­s anteriores, o ex-tesoureiro foi absolvido das condenaçõe­s porque os desembarga­dores entenderam que as provas eram insuficien­tes.

Vaccari foi condenado pelo juiz Sergio Moro, de primeira instância, em outros dois processos cujas apelações ainda serão julgadas pelo TRF-4. A execução da pena definida nesta terça só poderá ser realizada após o prazo para os recursos.

O casal Santana, segundo a acusação, recebeu valores desviados da Petrobras, por

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