‘Não basta fundar grupo e ficar no blá-blá-blá’
Estrategista da campanha de Macron na França pede sangue novo na política, mas defende contato próximo com eleitor
Guillaume Liegey passou por São Paulo e Rio para prospectar clientes nas eleições brasileiras de 2018
O francês Guillaume Liegey tornou-se um símbolo de inovação no meio político.
Um dos fundadores da empresa de tecnologia eleitoral Liegey Muller Pons, ele coordenou a atuação do movimento En Marche!, que desbancou os tradicionais partidos de direita e esquerda da França e levou à Presidência do país um nome de centro, Emmanuel Macron, em maio.
Liegey elaborou uma estratégia de campanha que mesclava entrevistas de porta em porta com os cidadãos e o uso de tecnologia para explicar o voto das pessoas. Ele defende esse modelo como forma de reconquistar a confiança da população e reverter o descrédito em que se encontram os políticos tradicionais.
Em visita ao Brasil no começo desta semana para prospectar clientes, Liegey disse à Folha que a vitória de Macron tem boas lições a oferecer ao Brasil. Folha - O que podemos aprender com a vitória de Macron na França?
Guillaume Liegey - Há boas lições que podem ser úteis ao Brasil. Macron prometeu mudar a política e fez isso. Orientou seu movimento, o En Marche!, a ouvir os cidadãos franceses. Os membros voluntários foram às casas das pessoas perguntar a elas como viam o próprio país, quais as suas principais preocupações. Com isso, Macron provou ser diferente dos outros políticos. Que papel as redes sociais e a tecnologia desempenharam nesse processo?
Foram muito importantes. Eu descobri isso na primeira campanha de Barack Obama para a Presidência dos EUA, em 2008, na qual fui voluntário. Eu aprendi naquela ocasião que uma boa campanha une tecnologia e pessoas.
A campanha de Macron foi muito moderna, mas guiada por uma ideia muito simples. O método era ficar cara a cara com os cidadãos e escutá-los.
As melhores campanhas são aquelas que conseguem
“de Macron foi muito moderna, mas guiada por uma ideia muito simples: ficar cara a cara com os cidadãos franceses e escutá-los