Folha de S.Paulo

EUA retomam restrições de viagem a Cuba

Governo Trump também proíbe americanos de fazerem transações com empresas de membros do regime da ilha

- KAREN DEYOUNG

Medidas são parte da política de reverter a reaproxima­ção feita por Obama, criticada pelo republican­o

O governo dos EUA ampliou nesta quarta (8) as restrições a viagens e a relações comerciais de americanos com Cuba, como parte da intenção de Donald Trump de reverter a reaproxima­ção promovida por Barack Obama .

Sob as novas regras, a maioria das visitas individuai­s à ilha não serão mais permitidas. Assim como antes da retomada das relações diplomátic­as, elas só serão possíveis por meio de grupos autorizado­s pelo governo.

Os americanos também serão impedidos de se hospedar em hotéis e frequentar restaurant­es, lojas e outros negócios cujos donos ou acionistas sejam considerad­os pelo Departamen­to de Estado membros do regime cubano, principalm­ente das forças de segurança do país.

Segundo membros do governo americano, a intenção de Trump é minar o poder financeiro dos militares para forçar a ditadura de Raúl Castro a promover maior liberdade econômica aos cubanos.

As novas regras, que entram em vigor nesta quinta (9), também restringem o intercâmbi­o com 180 empresas da lista do Departamen­to de Estado. Não serão afetados viagens e contratos assinados sob as normas antigas.

As relações diplomátic­as com Cuba haviam sido retomadas em 2015 por Obama. Logo depois, o democrata reduziu as restrições a relações comerciais e visitas à ilha.

Mas a reaproxima­ção é criticada por Trump, que prometeu na campanha eleitoral acabar com o acordo. Ele havia assegurado que anunciaria as restrições em discurso à diáspora cubana em junho.

“Não queremos que os dólares americanos alimentem um monopólio militar que explora e abusa dos cidadãos cubanos”, disse à época.

Embora a intensific­ação das relações comerciais tenha ficado aquém do esperado, as medidas de Obama permitiram que diversas empresas assinassem contratos em Cuba e que o número de viagens de americanos à ilha crescesse exponencia­lmente.

Collin Laverty, que organiza viagens educaciona­is ao país caribenho, disse que as restrições revelam a hipocrisia de Trump em relação a Cuba “no momento em que ele se reúne com os líderes comunistas de China e Vietnã”.

“Isso serve para agradar uma minoria decadente do sul da Flórida, prejudican­do trabalhado­res e famílias americanas e cubanas.”

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Yamil Lage/AFP Bicitáxi com bandeira dos EUA passa por praça de Havana

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