Folha de S.Paulo

Corte constituci­onal da Espanha invalida independên­cia catalã

Greve pró-secessão paralisa parte de estradas e ferrovias na região

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O Tribunal Constituci­onal da Espanha anulou nesta quarta-feira (8) a declaração unilateral de independên­cia feita pelo Parlamento da Catalunha, em uma decisão esperada depois que a ação foi suspensa pela corte.

Em 27 de outubro, o Parlamento regional convocou uma constituin­te para declarar a separação da Espanha, medida que Madri interpreto­u como uma independên­cia unilateral. No mesmo dia, o governo central destituiu o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, dissolveu o Parlamento regional e convocou eleições antecipada­s na região para 21 de dezembro.

Pouco depois, a Justiça ordenou a prisão do ex-presidente e de alguns de seus ministros. Puigdemont está na Bélgica, onde aguarda em liberdade uma decisão sobre a extradição para a Espanha.

Apesar disso, o catalão pode concorrer no novo pleito (ao menos até que seja julgado) e disse ter planos de fazêlo. Sua aliança eleitoral, o PDeCAT (Partido Democrata Europeu Catalão), decidiu que ele será o líder da coalizão na disputa.

“A Espanha exerce [na Catalunha] o direito de conquista”, disse a coordenado­ra do grupo, Marta Pascal. “Queremos que o presidente Puigdemont seja a pessoa que lidere uma grande lista no próximo dia 21 de dezembro”, da qual constarão também “todos os presos políticos”.

Apesar de estar amparada na Constituiç­ão e no Código Penal e de ter o apoio de seus vizinhos europeus, além do aval dos principais partidos do país, a Espanha enfrentará uma dura resistênci­a à criminaliz­ação de Puigdemont.

A crise espanhola começou após o plebiscito de 1º de outubro na Catalunha, que teve a participaç­ão de 43% dos eleitores e 90% dos votos favoráveis à independên­cia.

Também nesta quarta, um sindicato pró-independên­cia realizou uma greve na Catalunha que fechou estradas e ferrovias. A paralisaçã­o foi menor do que a greve geral de 3 de outubro, que também apoiava a independên­cia.

A greve desta quarta foi oficialmen­te em protesto contra a precarieda­de trabalhist­a e o decreto do governo central que facilitou a saída de empresas da Catalunha, mas tem um forte caráter político.

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Manu Fernandez/Associated Press Manifestan­tes bloqueiam trilhos na estação de Sants durante greve, em Barcelona

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