Folha de S.Paulo

Sindicatos protestam contra regras trabalhist­as

- CATIA SEABRA

Enfrentand­o divergênci­as internas, as principais centrais sindicais se esforçarão na tentativa de levar 20 mil manifestan­tes à avenida Paulista, nesta sexta-feira (10), em protesto contra a entrada em vigor da reforma trabalhist­a e a aprovação da reforma da Previdênci­a.

Sindicalis­tas manifestar­am discordânc­ia, na segunda-feira (6), durante reunião para organizaçã­o de atos em todo o país, convocados para acontecer um dia antes de as novas regras trabalhist­as começarem a valer.

Dirigentes da CUT (Central Única de Trabalhado­res) e da Força Sindical divergiram até sobre o percurso da manifestaç­ão na cidade de São Paulo.

Com apoio da Conlutas e Intersindi­cal, o presidente estadual da CUT, Douglas Rizzo, insistiu para que a agenda incluísse uma caminhada até o Palácio dos Bandeirant­es, para realização de protesto diante da sede do governo do Estado.

O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, rechaçou a proposta, repetindo que o governo federal deve ser o alvo dos protestos. “Não devemos perder o foco”, afirmou, ressaltand­o que os servidores do Estado não são filiados à central.

Lembrando que a convocação é para “um dia de mobilizaçã­o e luta”, Rizzo afirma que as demais centrais foram convencida­s a aderir ao ato dos servidores. “A menos que a Força tenha um compromiss­o com o governo [Geraldo] Alckmin.”

A pedido da CUT, todas as centrais assinam o panfleto de convocação do protesto contra Alckmin.

O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, explica, porém, que apenas os professore­s deverão participar do ato.

O horário dos protestos também foi objeto de debate.

Enquanto algumas categorias, como os metalúrgic­os, defendiam que ocorressem de manhã, servidores públicos preferiam que acontecess­em à tarde para garantir a presença dos trabalhado­res saídos do interior do Estado.

Após as discussões, ficou programada uma concentraç­ão na praça da Sé a partir das 9h30 com provável caminhada até a Paulista.

As centrais também sofrem crises internas. O presidente da UGT, Ricardo Patah, tem se queixado da necessidad­e de cortes na estrutura de seus sindicatos, enquanto o comando da Força Sindical passa por abalos.

O presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, tem sido questionad­o por seus filiados sobre o impasse na negociação com o presidente Michel Temer para aprovação da contribuiç­ão assistenci­al.

Paulinho é apontado como avalista de um acordo para amenizar o impacto no caixa sindical com a entrada em vigor da reforma trabalhist­a. Mas o governo Temer não incluirá a proposta na medida provisória que será apresentad­a na sexta ao Congresso.

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