Tributação maior sobre empresa fica mais distante
Relator prevê que desoneração não ficará restrita a 3 setores, como quer governo
Deputado diz que, por segurança jurídica, novas regras podem começar a valer apenas em 2019, e não em 2018
alguns setores devem continuar contribuindo sobre o faturamento, mas com alíquotas mais altas que as atuais.
Ele admite que alguns dos setores incluídos na regra (que teve início em 2011) não são intensivos em mão de obra, mas podem receber tratamento tributário diferenciado para estimular a atividade econômica.
Pensada para fomentar o emprego, a regra tinha cinco setores econômicos originalmente beneficiados, grupo que hoje passa de 50.
Em busca de recursos para fechar as contas, o governo quer reverter a medida, mas manteve, no projeto original, o benefício para três setores: transporte público, construção civil e comunicação.
A expectativa, diz Silva, é que o projeto seja votado até o fim deste ano para que possa valer em 2018. Ele admite que, caso isso não ocorra, a reoneração deve ficar para 2019.
Segundo o relator, ainda que o projeto seja votado no início de 2018, os setores afetados podem questionar juridicamente a regra, adiando a sua execução. Uma forma de evitar a insegurança jurídica seria, portanto, fazer valer a regra apenas no ano seguinte à sua aprovação.
Para o relator, o governo não tem força para impor a sua agenda, então a ideia é ter algo que seja possível “colocar politicamente em pé” antes de apresentar o projeto para ao plenário da Câmara.
Segundo ele, a Fazenda argumenta que o benefício tem um custo fiscal elevado, mas há setores em que esse custo relativo pode ser menor —o de call center seria um exemplo, segundo o deputado. DROGA DE PROJETO O atual governo tentou reverter a desoneração por meio de medida provisória, que o Congresso ia deixar caducar e acabou revogada.
Mais recentemente, o embate entre Congresso e governo esquentou quando o secretário da Fazenda Fabio Kanczuk chamou a medida de uma “droga de projeto”. Orlando Silva rebateu, mandando o governo calçar as “sandálias da humildade”.
A renúncia do governo chegou ao pico em 2015 (R$ 25,2 bilhões). Em 2017, até maio, ela somou R$ 5,4 bilhões.