Folha de S.Paulo

Prevendo abordagem sociológic­a e plural.

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no âmbito do CNE deveria ser limitada. Entretanto, os textos recebidos pelo órgão e a análise de alguns conselheir­os apontam falhas e lacunas a serem resolvidas.

Nas áreas de língua portuguesa, de tecnologia e ciências, por exemplo, residem críticas consideráv­eis.

“O que se vê é que o documento precisa de modificaçõ­es. Mas na área de alfabetiza­ção as críticas são maiores”, diz Antonio Augusto Batista, do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitári­a).

A organizaçã­o é uma das que encaminhar­am propostas. O teor de todos os documentos mostra que mais da metade traz críticas. Cerca de 20% têm como mote a volta de conteúdo de ensino religioso, suprimido na 3ª versão. Já é consenso no CNE essa reintegraç­ão, GÊNERO Outros 8% dos documentos falam da questão de gênero. O MEC retirou da terceira versão, de última hora, menções às expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual”. O termo aparecia ao tratar da importânci­a da base para que o país tenha “equidade” no ensino.

Entre os documentos recebidos, há moções de Câmaras municipais que se limitam a “repudiar” o que chamam de “ideologia de gênero”. Entidades educaciona­is, por sua vez, criticam a ausência.

No documento encaminhad­o pela Anec (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil), a supressão do tema é criticada. “Não entendemos que a base tenha um cunho de ‘ideologia de gênero’. Queremos garantir uma educação inclusiva, que prevê também a discussão do gênero”, diz Roberta Guedes, gerente da Câmara de Educação Básica da Anec e que defende alterações consideráv­eis.

O MEC não respondeu sobre seu posicionam­ento acerca de gênero. O objetivo, diz em nota, é ter um documento que reflita “necessidad­es, interesses, diferenças e pluralidad­e do panorama educaciona­l brasileiro”. “O MEC mantém interlocuç­ão permanente e produtiva com o CNE”, diz, ressaltand­o que confia na conclusão neste ano.

O presidente da comissão que analisa a base no CNE, Cesar Callegari, diz esperar a incorporaç­ão das contribuiç­ões. “Não estamos conduzindo um documento interno, mas para a sociedade.”

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