Mulher diz que sofreu abuso de candidato republicano ao Senado
O comediante, produtor e diretor americano Louis C.K., autor da série vencedora do Emmy “Louie” (2010), foi acusado de assédio sexual por cinco mulheres em reportagem do “New York Times” publicada nesta quinta (9).
As acusações engrossam a onda de denúncias de assédio sexual e estupro contra nomes de Hollywood, como Kevin Spacey, Harvey Weinstein, James Toback, Dustin Hoffman e Steven Seagal.
As comediantes Dana Min Goodman e Julia Wolov disseram ao jornal que, após se apresentarem em um festival de comédia em Aspen, no Colorado, em 2002, o comediante as convidou para comemorar no quarto do hotel.
Ainda segundo o relato, após chegarem, ele perguntou se poderia tirar o pênis da calça e, pensando que era piada, elas riram. “E aí ele realmente o fez”, disse Goodman. “Ele prosseguiu retirando toda a sua roupa, ficou nu e começou a se masturbar”.
Em outro caso, a atriz Abby Schachner disse que, em conversa por telefone com o comediante, em 2003, ele começou a descrever suas fan- tasias sexuais, respirando intensamente e falando em tom estranho de voz, como se estivesse se masturbando.
Outra comediante, Rebecca Corry, afirmou que em 2005, na gravação de um piloto de um programa de TV com Louis C.K., ele perguntou se podia se masturbar.
“Ele se aproximou do meu rosto e disse: ‘Posso te perguntar uma coisa?’. Eu disse ‘sim’.” Rebecca Corry continua: “Ele perguntou se poderíamos ir ao meu camarim para que ele se masturbasse na minha frente”.
A comediante diz ter recusado e dito que ele tem uma filha e que sua mulher estava grávida. “O rosto dele ficou vermelho, e ele me disse que tinha problemas.”
Procurado pelo “New York Times”, o assessor de Louis C.K. afirmou que ele não vai responder às acusações.
Conhecido por seu humor politicamente incorreto, ele começou a carreira fazendo stand-ups em Boston.
Mais tarde, mudou-se para Nova York, onde trabalhou como roteirista de programas de comédia na TV até estrear seus próprios shows.
Nos anos seguintes, ele lotou oito vezes o Madison Square Garden, em Nova York, criou uma série de TV ganhadora do Emmy e construiu enorme reputação.
A estreia do filme “I Love You, Daddy” (“Te Amo, Papai”, em tradução livre), dirigido e produzido por Louis C.K., prevista para este mês, foi cancelada nesta quintafeira (9), em uma primeira e imediata decorrência das acusações de assédio.
A participação do comediante no programa de TV “The Late Show With Stephen Colbert”, agendada para sexta, também foi cancelada.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um republicano ultraconservador que concorre a uma vaga no Senado americano pelo Alabama foi acusado de abusar sexualmente de uma adolescente em 1979, informou nesta quinta (9) o jornal “The Washington Post”.
Roy Moore, 70, diz que as acusações são falsas e que a publicação deseja minar sua reputação antes da eleição, marcada para 12 de dezembro. Membros do Partido Republicano já pediram sua renúncia se o relato for verdadeiro.
À publicação, Leigh Corfman, hoje com 53 anos, afirmou que viu Moore pela primeira vez enquanto esperava o fim da audiência em Etowah, no norte do Estado, que definiria sua guarda após a separação de seus pais.
O hoje candidato tinha 32 anos e era assistente do promotor. Ele foi responsável por cuidar da adolescente de 14 anos no julgamento. Segundo a denunciante, foi nessa ocasião que Moore a convenceu a ir à casa dele.
Ela disse que foi beijada no primeiro encontro e que, no segundo, ele tirou sua roupa à força e a fez tocar em seu pênis enquanto ele estava só de cueca. “Nunca tinha colocado as mãos no pênis de um homem”, afirma.
Corfman não denunciou o caso à polícia. Assim como hoje, as leis do Alabama determinavam àquela época o limite mínimo de 16 anos para o consentimento sexual, de modo que o comportamento descrito pela mulher configuraria crime. No entanto, ainda que confirmado, o delito teria prescrito depois de três anos.
Além de Corfman, outras três mulheres acusam o agora candidato de tê-las seduzido quando eram adolescentes com idades entre 16 e 18 anos —nenhuma delas afirma ter sido vítima de violência sexual ou ter sido forçada a ter relação com Moore. JUIZ CONSERVADOR O republicano se casou cinco anos depois e está desde então com a mesma mulher, com quem teve quatro filhos.
No mesmo período, ascendeu até se tornar presidente da Suprema Corte do Alabama, quando se tornou conhecido nacionalmente.
Suas principais medidas foram impedir a retirada de uma estátua dos dez mandamentos da Bíblia da frente da sede do tribunal máximo do Estado e retardar a aprovação da união civil e do casamento homossexual nos últimos anos.
A campanha de Moore chamou a reportagem publicada pelo “Washington Post” de lixo e a descreveu como “uma perfeita definição de notícias falsas e difamação intencional”.
“Não é surpresa, em uma corrida eleitoral com efeitos nacionais, que o Partido Democrata e o jornal mais liberal do país façam uma armação como essa”, emendou o estafe do republicano.
Depois da publicação do texto, republicanos moderados, como os senadores Mitch McConnell e John McCain, pediram a renúncia de Moore.
O presidente Donald Trump não havia se manifestado sobre o caso até a conclusão desta edição.