De mineradora a ministros, Brasil vai ao paraíso
No “New York Times”, os “investimentos por trás dos panos, feitos numa controversa operação brasileira de minérios” por duas das universidades americanas de maior prestígio, Columbia, de Nova York, e Duke, da Carolina do Norte.
Ambas estão “enterrando receitas no exterior”, parte da “estratégia offshore de inchar os seus cofres, evitar impostos e obscurecer investimentos que pudessem causar protestos no campus”.
A informação é parte dos Paradise Papers, investigação de que o “NYT” participa. Os documentos mostram que os fundos de investimento de Columbia e Duke compraram participação “na Ferrous Resources, registrada na Ilha de Man”, um paraíso fiscal, empresa “cujos principais negócios estão em minério de ferro no Brasil”.
O noticiário sobre o país no novo escândalo global ecoa também por veículos desvinculados da investigação principal, caso do francês “Le Figaro” —que repercutiu as contas mantidas em paraíso fiscal pelos ministros da Fazenda e da Agricultura, Henrique Meirelles e Blairo Maggi, e por Jorge Paulo Lemann, “l’homme le plus riche du Brésil”.
Vale de resultados O “Financial Times” entrevistou o novo presidente da Vale, “a maior produtora de minério de ferro do mundo”, que destacou como prioridade tornála uma empresa voltada a resultados e reduzir a sua dívida, hoje em cerca de US$ 10 bilhões. “Toda a minha carreira foi feita no setor privado”, afirmou Fabio Schvartsman, “portanto, é fácil para mim perceber como a Vale está distante de uma empresa normal. Não tem meritocracia, não é voltada a resultados”.
Brasil & Pentágono A Reuters noticiou, por sites de jornais como o “NYT”, a participação de 50 militares americanos em “exercícios do Exército brasileiro na Amazônia”. Um general brasileiro afirmou, segundo a agência, que críticas ao envolvimento dos EUA são “uma teoria conspiratória levantada por partidos esquerdistas”. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, acompanha as operações “e depois viaja a Washington para três dias de conversas com autoridades do Pentágono”.