Folha de S.Paulo

Duterte ameaça enviada da ONU e diz que matou homem a facadas

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O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou na quinta-feira (9) ter matado uma pessoa a punhaladas quando era adolescent­e, durante um discurso para defender sua guerra às drogas.

Ele fez o pronunciam­ento no Vietnã, onde está para participar da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, evento ao qual comparecem alguns dos principais líderes mundiais, como o americano Donald Trump, o chinês Xi Jinping e o japonês Shinzo Abe.

Na declaração para a comunidade filipina da cidade vietnamita de Danang, onde ocorre o fórum, Duterte também ameaçou dar um tapa em Agnès Callamard, enviada especial da ONU sobre as execuções sumárias ou arbitrária­s.

“Vou lhe dar uma bofetada na frente de todos porque você me insulta”, disse Duterte sobre a diplomata, que critica a atuação do governo filipino.

Além disso, o presidente chamou de “filhos da puta” as pessoas que criticam sua campanha de repressão contra o tráfico de drogas.

“Quando era adolescent­e, entrava e saía da prisão, por brigas”, afirmou o presidente filipino. “Com 16 anos, matei alguém. Uma pessoa de verdade, em uma briga, a punhaladas. Eu tinha apenas 16 anos. Foi por causa de um simples olhar. Imagine agora que sou presidente.”

Duterte, de 72 anos, foi eleito no ano passado após prometer que erradicari­a o narcotráfi­co nas Filipinas —referia-se a 100 mil supostos traficante­s e usuários de drogas.

Desde a sua chegada ao poder, há 16 meses, a polícia anunciou ter matado 3.967 pessoas. Outras 2.290 morreram em casos vinculados a drogas.

Milhares de pessoas perderam a vida em circunstân­cias não esclarecid­as, segundo dados da polícia.

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Erik de Castro/Reuters Manifestan­tes jogam tinta em fotos de Duterte e Trump em ato contra os líderes em Manila

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