Da dependência”, completou o pesquisador da Unifesp.
maior do que os do grupo controle, sinal de que desenvolveram a sensibilização causada pelo álcool.
Para os pesquisadores, o resultado reforça o potencial do THC como tratamento para o alcoolismo e outras dependências químicas, como as causadas por crack e cocaína.
“A sensibilização pode ser a transição entre o uso abusivo e a dependência”, disse Renato Filev, neurocientista responsável pelo estudo. “Ela pode ser o gatilho que vai fazer com que o indivíduo retorne ao consumo. Se o THC pode neutralizar esse efeito, então talvez possamos usá-lo para evitar o desenvolvimento OUTROS TESTES No ano que vem, os pesquisadores pretendem realizar um estudo com seres humanos, para avaliar a eficácia de um extrato padronizado da cânabis no controle da dependência química.
Serão selecionados cem homens diagnosticados com dependência leve, moderada ou pesada em crack. Eles serão orientados a vaporizar o medicamento canábico —ou o placebo, no caso do grupo controle— nos momentos em que sentirem a necessidade de consumir crack.
“Acreditamos que existe uma possibilidade do medicamento reduzir a fissura e, por conseguinte, o consumo em usuários problemáticos”, avalia Filev.
A expectativa tem respaldo em outros experimentos. Um estudo realizado em 1999, também na Unifesp, acompanhou 25 usuários de crack durante nove meses. Os pacientes usavam maconha para aliviar os sintomas da síndrome de abstinência e receberam tratamento psicoterápico.
Ao fim desse período, 68% dos usuários deixaram de usar crack e atribuíram à maconha um papel decisivo em sua abstinência.