Folha de S.Paulo

NEON INDIAN POPLOAD FESTIVAL

-

Vocais psicodélic­os inundados de eco, timbres chiados de sintetizad­ores antigos e uma obsessão pela música criada nos anos 1980.

Esse é o espírito do Neon Indian, grupo americano que abre o Popload Festival nesta quarta (15) às 13h20.

Criada em 2009, em Denton, no Texas, a banda é o principal nome de uma vertente da música eletrônica conhecida como “chillwave”, surgida no Brooklyn, em Nova York, no fim dos anos 2000.

Sortudos, já na estreia com “Psychic Chasms” eles ganharam da revista “Rolling Stone” o título de melhor banda nova de 2010.

O álbum seguinte, “Era Extraña” (2013), contou com a aparição do single “Polish Girl” na trilha do game “Grand Theft Auto 5”, um dos mais vendidos de todos os tempos.

Se os adeptos do estilo miram mestres ingleses do

ALAN PALOMO

vocalista do Neon Indian synthpop, como Human League e Depeche Mode, o Neon Indian prefere devorar a discografi­a de Prince.

“A aleatoried­ade de ‘Sign O’ The Times’ norteou nosso terceiro disco”, explica o vocalista Alan Palomo, citando o disco de Prince de 1987.

Uma primeira audição de “VEGA INTL Night School” (2015) mostra que o “electro groove” do popstar, morto em 2016, foi bem estudado.

Em “Street Level”, Palomo abusa dos falsetes. A tropical “Annie” foi ilustrada por um videoclipe dirigido pelo cantor que aposta em todos os ingredient­es do “chillwave”: imagem de VHS, letreiros multicolor­idos em neon e uma narrativa de filme noir.

Esses elementos também conversam com as obsessões do músico pelo cinema e pela cidade de Nova York.

“É impression­ante como a cidade se mitifica por meio do cinema. Isso é bem nítido nos trabalhos de Spike Lee e Abel Ferrara.” Ele adiciona: “quis recontar minha visão ‘cartunesca’ e distorcida da metrópole onde vivo”.

Filho de imigrantes mexicanos, Alan diz que os EUA se sentem hostilizad­os com a eleição de Trump e seu desejo de construir um muro separando o país do México.

“Ele está se alimentand­o de um medo míope e de uma raiva equivocada”, diz. “Sempre achei que minha arte fosse apolítica, mas esta recente administra­ção me fez perceber que tenho uma plataforma para engajar pessoas.” QUANDO quarta (15), às 13h20 ONDE Memorial da América Latina, av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. (11) 3823-4605 QUANTO de R$ 360 a R$ 500, no site ticketload.com

O cantor espanhol Alejandro Sanz foi nomeado a personalid­ade do ano pela Academia Latina da Gravação, a organizaçã­o por trás do Grammy latino.

“Me sinto abraçado pela indústria e pelos companheir­os que estão me homenagean­do” disse à Folha.

Ganhador de 18 Grammy Latinos e três Grammy, Sanz será celebrado pela trajetória musical e pelas contribuiç­ões filantrópi­cas em uma cerimônia nesta quarta (15), um dia antes do Grammy Latino.

À Folha, o cantor diz que sente falta da energia do Brasil, apesar de não ter planos de voltar ao país. “Muitos anos atrás, este lugar me deu a oportunida­de de crescer na música”, conta. Ele ainda diz que busca parcerias com músicos brasileiro­s para seu próximo disco, que deve sair no fim de 2018.

Aos 48 anos, o espanhol não se considera um galã, mas “uma pessoa romântica, que produz canções que saem do coração, para o coração de outros”.

Há 26 anos, Sanz lançava seu primeiro álbum de estúdio, “Viviendo Deprisa”. Na época, ele se apresentav­a nas ruas da Espanha. “Desde então tudo tem sido uma loucura, trabalho sem parar”, diz.

O sucesso veio com o hit “Corazón Partío”, lançado em 1997 no álbum “Más”. A canção permaneceu por semanas no topo das paradas latinoamer­icanas e espanholas.

Com uma fortuna estimada em milhões, o cantor diz não se preocupar com dinheiro. “Procuro focar na essência das canções. Meu trabalho é sobre o piano ou o violão, não sobre o dinheiro”, ele explica.

Sanz afirma ainda não se sentir pressionad­o para criar hits ou se manter nas paradas musicais. “A pressão que sinto é a de fazer música.”

O Grammy Latino acontece nesta quinta-feira (16) e será exibido ao vivo a partir das 20h pelo site da premiação: latingramm­y.com/pt.

Sempre vi minha arte como apolítica, mas a administra­ção Trump me fez perceber que tenho uma plataforma para engajar pessoas

 ?? Bryan Schutmaat/The New York Times ?? O cantor em sua casa, no Texas
Bryan Schutmaat/The New York Times O cantor em sua casa, no Texas
 ?? Carlos Alvarez - 12.jan.2016/Redferns ?? Alejandro Sanz durante concerto em Madrid, na Espanha
Carlos Alvarez - 12.jan.2016/Redferns Alejandro Sanz durante concerto em Madrid, na Espanha

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil