Temer freia incentivo a montadora por pacto comercial com Europa
O governo federal não autorizará a implementação do Rota 2030, programa industrial que substituiria o Inovar-Auto a partir de 2018, até que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia seja fechado.
Pessoas a par das discussões consideram que o novo incentivo para o setor automobilístico inclui benefícios que podem se tornar mais um obstáculo ao tratado.
O presidente Michel Temer não quer pôr em risco a chance de concluir o pacto comercial com os europeus.
O peemedebista considera o acordo um feito político importante para seu governo —as negociações, que já duram 17 anos, podem ser concluídas até dezembro.
O Inovar-Auto termina no último dia de 2017, e as montadoras querem que o Rota 2030 seja aprovado até lá.
O novo programa prevê desconto de até dez anos no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as empresas que cumprirem metas de eficiência energética, segurança veicular e investimentos em pesquisa.
Há, entretanto, dúvidas sobre a manutenção do tratamento diferenciado entre nacionais e importados, o que levou o Brasil a condenação na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Para o Ministério do Desenvolvimento, os termos do Rota 2030 não provocariam objeção dos europeus.
Representantes das montadoras se reuniram na terça com Temer e os ministros da Fazenda (Henrique Meirelles) e da Indústria (Marcos Pereira), mas o impasse não foi resolvido.