Folha de S.Paulo

Orçamento dos organizado­res foi de R$ 8,8 bi

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DE SÃO PAULO

Nos sete anos entre a escolha do Rio e a realização dos Jogos Olímpicos, o comitê organizado­r dispôs de um orçamento da ordem de R$ 8,8 bilhões, advindos de verba repassada pelo COI (Comitê Olímpico Internacio­nal) e receitas de ingressos, licenciame­nto e captação de patrocínio.

Apesar da quantia, a entidade presidida por Carlos Arthur Nuzman hoje soma uma dívida com fornecedor­es que orbita na casa dos R$ 160 milhões.

O valor foi apontado em carta do advogado Sérgio Mazzillo a Nuzman em junho passado, à qual a Folha teve acesso.

“O comitê, querido amigo, lamento afirmar, com convicção, está insolvente. Hoje, ainda temos uma chance, tênue, de pedirmos recuperaçã­o judicial. E, mesmo assim, se a ajuda do COI confirmar-se”, diz a missiva, apreendida pela Polícia Federal na Operação Unfair Play, que investigou a compra de votos na eleição de 2009.

O maior credor do comitê é a GL Events, que tem um valor a receber superior a R$ 52 milhões.

O COI já recusou ajudar financeira­mente os brasileiro­s. O órgão internacio­nal também poderia socorrer a Rio-2016 recorrendo à Justiça, mas não o fez.

No contrato firmado em 2009 com o Rio-2016, o COI incluiu cláusula que obriga judicialme­nte a Prefeitura do Rio e o governo do Estado a bancar eventual deficit quando o comitê organizado­r for encerrado.

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