Folha de S.Paulo

Processo de impeachmen­t deve começar

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DE SÃO PAULO

Líderes políticos do Zimbábue expressara­m choque com o discurso do presidente Robert Mugabe, 93, na noite de domingo (19).

Apesar da retirada do apoio do Exército, dos protestos populares e da destituiçã­o pelo seu partido, Zanu-PF, Mugabe disse que não via um “desafio à sua autoridade como chefe de Estado e de governo”.

“Estou desconcert­ado. Não só eu, o país inteiro. Ele está tentando manipular todo mundo”, afirmou o líder da oposição Morgan Tsvangirai.

O Zanu-PF havia dado ao ditador um prazo até segunda-feira para renunciar, ou enfrentar um processo de impeachmen­t.

Chris Mutsvangwa, líder dos veteranos de guerra e que tem liderado uma campanha de 18 meses para derrubar Mugabe, disse que os planos de impeachmen­t vão ter início na terçafeira, no Parlamento, e que haverá protestos em massa na quarta-feira.

Ele também sugeriu que Mugabe não está consciente do que antecedeu seu discurso de 20 minutos.

“Ou alguém de dentro do Zanu-PF não lhe contou o que havia acontecido dentro de seu próprio partido, ou ele estava cego e surdo para o partido lhe disse”, afirmou Mutsvangwa.

No sábado, milhares de pessoas foram às ruas da capital, Harare, para celebrar a esperada queda de Mugabe e a chegada de uma nova era no país.

Eles carregavam cartazes que diziam “Já é suficiente” e “Mugabe deve ir” e falavam de uma “segunda liberação” do país. As manifestaç­ões tiveram apoio do Exército, que destituiu Mugabe. EMMERSON MNANGAGWA, 75 Ex-vice, começava a ser visto como sucessor do ditador. Foi destituído por Mugabe no dia 8 e deixou o país CONSTANTIN­O CHIWENGA, 61 Chefe das Forças Armadas, pediu o fim do expurgo feito por Mugabe, supostamen­te influencia­do pela mulher

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