Folha de S.Paulo

BC vai proteger dados de banco infrator por 5 anos

Só Procurador­ia saberá detalhes de instituiçã­o que colaborar em apuração

- Mercado A15

O Banco Central promete manter em sigilo por cinco anos a maior parte das informaçõe­s recebidas de instituiçõ­es financeira­s que reconhecer­em infrações e aceitarem colaborar com investigaç­ões conduzidas pelo órgão.

Esses acordos foram regulament­ados por lei em vigor desde a semana passada.

Ela autoriza o BC a fechar colaboraçõ­es e determina que seus termos sejam divulgados em até cinco dias após a assinatura de termo.

Normas internas para a aplicação da lei, porém, indicam que só serão liberadas as cláusulas do acordo e “exposição sucinta dos fatos relativos à infração”.

Já documentos dos casos serão mantidos em segredo por cinco anos, como previsto em lei. Só o Ministério Público poderá acessá-los.

Nos acordos de leniência da Procurador­ia-Geral e órgãos como o Cade, o sigilo só tem sido mantido sobre o que pode atrapalhar apurações após as homologaçõ­es.

Advogados que acompanhar­am a elaboração da circular dizem que o BC precisou ser mais restritivo porque é preciso proteger o sigilo bancário e também para evitar o risco de pânico no sistema financeiro, como corridas a bancos, no caso de revelação de dados sensíveis de investigad­os.

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