Folha de S.Paulo

Ruim de mira

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BRASÍLIA - Apesar do curso de tiro, ção”, acrescento­u. o novo diretor da Polícia Federal não O delegado errou o alvo porque esparece ser bom de mira. Ao estrear queceu um detalhe: antes de a Prono cargo, ele tentou atingir os procurador­ia denunciar Temer, um recuradore­s que denunciara­m seu chelatório da PF o acusou de “ter aceife. Acertou a própria imagem e a instado promessa de vantagem indetituiç­ão que vai comandar. vida”. A polícia concluiu que os R$

Fernando Segovia foi ungido por 500 mil entregues a Rodrigo Rocha uma coalizão de políticos delatados, Loures começaram a ser acertados como Eliseu Padilha e José Sarney. pelo presidente no porão do Jaburu. No discurso de posse, prometeu Segovia também derrapou ao re“combate incansável à corrupção”. clamar do prazo e menospreza­r o voMinutos depois, disse o que os palume de dinheiro envolvido. É o Códrinhos desejavam ouvir. digo de Processo Penal quem deter

Em entrevista, o delegado desquamina que o inquérito seja concluído lificou a denúncia que acusou Michel em dez dias quando há prisão preTemer de corrupção passiva. Ele suventiva. E não há lei que sustente geriu que a Procurador­ia-Geral da que “uma única mala” é pouco paRepúblic­a não tinha provas suficira configurar o crime de corrupção. entes contra o peemedebis­ta. Por fim, o novo diretor da PF al

“Se fosse sob a égide da Polícia vejou a própria imagem. Ao repetir Federal, essa investigaç­ão teria de o discurso do governo, ele reforçou durar mais tempo”, disse Segovia. as suspeitas de que foi nomeado pa“Uma única mala talvez não desse ra “estancar a sangria” da Lava Jato. toda a materialid­ade criminosa que O delegado só acertou ao dizer que a gente necessitar­ia para resolver se há um “vendaval de dúvidas” sobre havia ou não crime, quem seriam os o futuro da polícia. Sua escolha ajupartíci­pes e se haveria ou não corrup- dou a formar a tempestade.

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