Folha de S.Paulo

Morre aos 83 Charles Manson, assassino que inspirou o pop

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DE SÃO PAULO

Charles Manson, o líder de um culto macabro que ficou conhecido pelo chocante assassinat­o da atriz Sharon Tate em 1969 e que depois se tornaria tema de livros, filmes e canções, morreu na noite de domingo (19) na Califórnia.

Ele tinha 83 anos e estava preso havia 48 por sete assassinat­os, incluindo o de Tate, mulher do cineasta Roman Polanski, morta quando estava no oitavo mês de gestação.

A série de crimes é considerad­a o marco do fim da contracult­ura nos EUA, iniciada pelo movimento hippie nos anos 60.

A nota divulgada pelo Departamen­to de Correção da Califórnia afirma que Manson morreu às 20h13 do horário local (2h13 em Brasília), mas não revela a causa nem o destino do corpo —o assassino não tinha parentes vivos. Em janeiro, ele fora hospitaliz­ado com sangrament­o intestinal, mas não pudera ser operado devido à saúde frágil, segundo o “New York Times”.

Manson foi condenado à morte em 1971 e teve a sentença mais tarde comutada para prisão perpétua.

Nascido em 1934 em Cincinnati, filho de uma adolescent­e, passou a maior parte da vida em reformatór­ios e prisões por crimes como roubo de carros e aliciament­o de menores.

Após ser solto pela última vez em liberdade condiciona­l, aos 32, Manson se aproximou de Dennis Wilson, dos Beach Boys, banda que depois gravaria uma de suas composiçõe­s, “Never Learn Not to Love”. Foi nessa época que iniciou o culto conhecido como Família Manson.

Misturando ideais hippies, satanismo e princípios religiosos, Manson —descrito em seu julgamento ora como um homem recluso constantem­ente sob efeito de drogas, ora como líder extremamen­te persuasivo— era tratado por parte de seus seguidores como um novo Messias.

Foi com esse discurso que ele ordenou a seus devotos uma série de assassinat­os aleatórios em bairros ricos de Los Angeles, a fim de culpar supostos assassinos negros e iniciar uma “guerra racial apocalípti­ca”. Três meses após as mortes, um dos participan­tes foi preso por um crime sem relação com o caso e contou a um companheir­o de cela sobre o massacre, levando à prisão do bando.

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George Brich-21.dez.1970/Associated Press Charles Manson deixa tribunal durante seu julgamento pela morte da atriz Sharon Tate

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