Folha de S.Paulo

Pyongyang volta à lista de apoiadores do terror

Governo Trump afirma que medida ajudará a isolar país, que deixou relação em 2008

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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta segunda (20) a inclusão da Coreia do Norte na lista de Estados patrocinad­ores do terrorismo, o que abre caminho para a imposição de novas sanções a Pyongyang.

O republican­o, que há meses troca alfinetada­s, provocaçõe­s e ameaças com o ditador Kim Jong-un, disse que o Departamen­to do Tesouro divulgará na terça (21) novas punições ao regime coreano.

“Isso [a designação da Coreia como financiado­ra de atividades terrorista­s] deveria ter acontecido anos atrás”, afirmou Trump.

Segundo o secretário de Estado, Rex Tillerson, um dos objetivos da classifica­ção é afastar outros países do regime norte-coreano.

“O efeito prático é que isso pode dissuadir outros países de manter determinad­as atividades com a Coreia do Norte, já que [a designação] impõe uma série de proibições a atividades que podem não estar cobertas pelas sanções já vigentes”, disse ele em entrevista coletiva.

A decisão veio uma semana depois de Trump concluir uma longa viagem pela Ásia em que o endurecime­nto das relações com Pyongyang esteve no centro da pauta de encontros bilaterais com líderes de China, Japão e Coreia do Sul, entre outros.

Em Seul, o mandatário americano chegou a chamar a Coreia do Norte de “inferno que ninguém merece”.

O país já figurou no rol de patrocinad­ores do terrorismo entre 1998 e 2008, quando era governado por Kim Jong-il, pai do atual ditador. Foi tirado de lá no fim do governo de George W. Bush por permitir visitas periódicas a suas instalaçõe­s energética­s.

Estão atualmente na lista nações como Irã, Sudão e Síria, todas sujeitas a vários tipos de sanções financeira­s e de comércio exterior.

A ditadura norte-coreana desafia o Conselho de Segu- rança da ONU ao levar adiante seu programa de armas nucleares e mísseis. O objetivo alardeado por Kim é o de desenvolve­r um artefato capaz de atingir os EUA.

Nesta segunda (20), a agência de espionagem da Coreia do Sul informou que o vizinho deve realizar novos testes de mísseis ainda neste ano, a fim de aperfeiçoa­r sua tecnologia de projéteis de longo alcance e de mandar novos sinais aos EUA.

Especialis­tas e algumas autoridade­s americanas questionam a inclusão de Pyongyang na relação de patrocinad­ores do terrorismo por não haver prova de apoio do regime a atividades criminosas.

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