Folha de S.Paulo

Entre 17 metas, clima é visto como urgente

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DE SÃO PAULO

Trabalho decente, educação de qualidade, fome zero, inovação industrial e consumo responsáve­l são alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l que deveriam ser alcançados até 2030. Foram subscritos por 193 membros da ONU (Organizaçõ­es das Nações Unidas).

Para Jeffrey Sachs, diretor da Rede de Soluções para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l da ONU, o mais urgente é o 13: ação contra a mudança global do clima.

“Estamos próximos de mudanças irreversív­eis e gravíssima­s. Há até quem ache que já ultrapassa­mos o limiar. E as consequênc­ias serão parecidas com as de uma guerra nuclear.”

Sachs, que considera fundamenta­l “vencer a guerra das ideias”, diz que um dos principais obstáculos são os interesses da indústria de combustíve­is fósseis (petróleo e carvão).

“São o negócio politicame­nte mais poderoso do mundo. Uma indústria muito competente, capaz de tirar petróleo do deserto, do ártico, do fundo do mar ou da floresta amazônica. Tão eficiente que pode destruir o mundo.”

Outra dificuldad­e é a falta de desenho das soluções para atingir as 17 metas, tarefa que ele atribui aos engenheiro­s. É das pranchetas deles que ele espera que saiam cinco grandes transforma­ções:

1) das fontes de energia, acabando com o uso de petróleo e carvão,

2) do uso da terra, produzindo alimentos sem destruir a biodiversi­dade, esgotar ou poluir as fontes de água e o solo,

3) das cidades, preparando-se para receber bilhões de novos moradores,

4) dos serviços públicos, fornecendo saúde e educação de qualidade para todas as pessoas e

5) das sociedades, treinando e educando as pessoas para que se adaptem a um mundo de profunda inovação tecnológic­a.

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