Folha de S.Paulo

Rússia restringe compra de carne brasileira a partir de dezembro

Aditivo causa suspensão temporária de produtos suíno e bovino

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A Rússia vai impor restrições temporária­s às importaçõe­s de carnes bovina e suína do Brasil a partir de 1º de dezembro, informou a agência de segurança alimentar do país, a Rosselkhoz­nadzor, nesta segunda-feira (20).

A Rússia já havia dito, na semana passada, que estava consideran­do uma proibição de todas as importaçõe­s de carnes suína e bovina do Brasil, após encontrar o aditivo ractopamin­a em alguns carregamen­tos —alegação que grupos brasileiro­s setoriais da área de carnes negaram.

“Dada a gravidade da situação, a Rosselkhoz­nadzor é forçada a tomar medidas urgentes para proteger os consumidor­es russos e o mercado alimentar doméstico e in- troduzir restrições temporária­s a partir de 1º de dezembro”, disse a agência.

A Rússia é o maior importador de carne suína do Brasil —foram 245 mil toneladas em 2016— e o quarto de bovinos —139 mil toneladas no ano passado—, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e a Abiec (associação das indústrias exportador­as de carnes).

O ministro Blairo Maggi (Agricultur­a) negou que o país tenha fechado seu mercado às carnes brasileira­s e disse que a ractopamin­a é permitida em alguns países, mas não na Rússia.

“Eu não considero isso como um mercado fechado, mas uma coisa que acontece permanente­mente nas fiscalizaç­ões. É pra isso que elas existem. Não está fechado [o mercado russo], não. Acho que são três ou quatro empresas que foram citadas que apareceram com esse problema, o restante continua trabalhand­o”, disse o ministro.

Ele afirmou que a Rússia tem programas de rastreamen­to que buscam garantir que o aditivo não esteja presente nos carregamen­tos destinados a seu mercado.

“Agora, se alguma empresa fraudou ou deixou passar, ou não conseguiu controlar isso, compete sim a eles fazerem as observaçõe­s e a nós fazermos as correções aqui”, acrescento­u. BARREIRAS Recentemen­te, a Rússia impôs barreiras a nove países —como EUA, Canadá e Austrália— e à União Europeia na importação de carnes. As restrições estarão em vigor até o final de 2018. A medida é uma ampliação das barreiras comerciais iniciadas em 2014, por ocasião da intervençã­o russa na Ucrânia, ação reprovada por diversos países.

O Brasil poderia se beneficiar dessa medida, garantindo por mais um ano o patamar de exportaçõe­s à Rússia. Receita em 2016 (US$ milhões) Ranking 1760 1752

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