Start-up quer usar tecnologia 3D para criar casa popular
na. As viagens têm como objetivo buscar apoiadores e clientes para um projeto de construção de habitações populares usando a tecnologia de impressão em 3D.
Após iniciar, sem concluir, os cursos de economia e física na USP e fazer pós-graduação na Singularity University da Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos), Guedes fundou em 2015 a startup Urban 3D, que hoje já é uma empresa operacional.
O projeto, que nasceu após a temporada na Nasa, foi inspirado em uma experiência como tradutora de um programa que trouxe 45 pessoas do MIT (Massachusetts Insti- tute of Technology) para viver uma temporada em favelas de São Paulo em 2012.
“Essa experiência mudou minha vida. Nasci em São Paulo, mas nunca tinha visitado diversas partes da cidade”, conta ela, que nasceu na região da avenida Paulista e cresceu em Santana e Atibaia.
Mas a ideia da construção de moradias 3D só foi desenvolvida a partir da experiência na Califórnia, quando a turma da Singularity University foi desafiada a pensar em tecnologias para a ocupação de Marte: a impressão em 3D, a partir de qualquer material encontrado por lá, surgiu como alternativa para a construção de edificações sem a necessidade de transportar material.
Hoje, a Urban 3D trabalha para tentar colocar de pé uma unidade-piloto, com capacidade para produzir estruturas de 13x4 metros.
Ela diz que a meta é reduzir o custo de construção em até 80%, dada a maior flexibilidade para definir os desenhos e a possibilidade de uso de material mais barato ou sustentável, como resíduos da construção civil.
A ideia era iniciar a produ- ção no início do ano que vem, mas o prazo será estendido, porque a Urban 3D ainda não captou o volume necessário de recursos.
A empresa precisa de uma primeira construção para obter os certificados exigidos para habilitar a técnica a buscar financiamento de projetos oficiais de moradia, como o Minha Casa, Minha Vida.
A Urban 3D já conta com um cliente no ramo da construção civil e um investidor, cujos nomes Guedes prefere não revelar.
Ela diz que conversa ainda com possíveis parceiros na Ásia e no Oriente Médio.
“Há poucos agentes dispostos a financiar tecnologia no Brasil. Ainda mais tecnologia de interesse social”, comenta ela, que costuma citar dados sobre deficit habitacional e projeções de urbanização para justificar o projeto.
Enquanto isso, a start-up começa a gerar receita com outro produto, um sistema de rastreamento de material usado na construção civil, da sua fabricação à montagem no canteiro de obras.
Ainda não dá lucro, mas ela se diz otimista com relação ao futuro da empresa.