Cosméticos orgânicos ganham adeptos
Por preocupação com saúde ou com animais, empresas apostam em produtos com poucas substâncias sintéticas
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Eu andava com a lista do Peta no meu celular. Agora, salvei uma lista com vários produtos que são veganos, mesmo de empresas que não são veganas. É bem vida real
Consumidores de itens veganos, que não precisam ser orgânicos, se esforçam para achar o que comprar
Os orgânicos saíram da cozinha e chegaram aos boxes dos banheiros e bolsinhas de maquiagem. Só em 2017, nasceramtrêslinhasnovasdemaquiagens orgânicas no Brasil.
A italiana LabPhyto, especializada em cosméticos naturais, veganos e orgânicos, abriu filial no Brasil em 2015, quando entregou cerca de 300 mil produtos. Neste ano ultrapassou 1 milhão e, para 2018, a projeção é de 3,6 milhões.
Segundo Jens Schmitt, diretor de marketing da marca, a cosmética natural tem crescido 10% ao ano no mundo. “Na Alemanha, 11% dos cosméticos vendidos possuem certificados de orgânicos/veganos. Na França são 7% do total e na Itália, 5%.”
Cosméticos orgânicos vão além dos produtos naturais, pois não possuem compostos químicos nos ingredientes e é preciso haver um mínimo de 11% de orgânicos na fórmula.
A Face It, que só produz batons, nasceu em março deste ano pelas mãos de Eliza e Júlia Barroso, mãe e filha. “Todas nossas fórmulas contêm produtos naturais e 11% deles são orgânicos”, diz Júlia.
Com exceção de cores mais fortes —com 5% de corantes sintéticos— o resto dos batons é feito só com matéria-prima vegetal. “Nossos principais ingredientes sãomanteiga de cacau e óleo de mamona [rícino], que são orgânicos”, diz Júlia.
O mais recente lançamento da marca é um quarteto de batons 100% naturais (50% orgânicos), com 10% do valor de venda indo para o Peta (ONG defensora de animais). Os batons da marca custam R$ 74. A empresa já vendeu mais de 6.000 unidades, e espera crescer 30% em 2018.
Trabalhandosócombatons no momento, a ideia de mãe e filha é fazer a ligação com alimentação —mulheres ingerem até 87 miligramas de batom quando passam e repassam o produto, diz estudo da Universidade da Califórnia.
“Muitos produtos t êm chumbo, petrolato e PHP em suas fórmulas. O que nos preocupa é o efeito cumulativo. Muitas mulheres usam batom a vida inteira”, afirma Júlia.
O dermatologista Alberto Cordeiro diz que a absorção depende do metabolismo de cada pessoa.
Segundo ele, parabenos, petrolatos, parafinas e silicones se tornaram “vilões” por
LÍGIA ROMÃO, 33
vegana e autora do blog “Tofu com Cebolinha”
Minha conduta é: se a marca não testa em animais, não tem empresa mãe que testa, não patrocina eventos de crueldade e tem uma gama interessante de produtos veganos, compramos esses produtos e fazemos questão de ressaltar que estamos comprando porque são veganos
TAINARA TEODORO, 24
maquiadora vegana
[O mito de ser caro] é a maior barreira que enfrentamos
PATRÍCIA LIMA
criadora da marca vegana Simple Organic