Brasil precisa de um governo 4.0
Se não se investir na indústria 4.0, há risco de a nossa economia se especializar ainda mais nas atividades de baixo valor agregado
Neste momento em que as atenções se voltam cada vez mais para as eleições presidenciais de 2018, os brasileiros deveriam colocar na pauta de debates a necessidade de o Brasil adotar um governo 4.0, que privilegie a eficiência e a tecnologia na implantação da indústria 4.0 em benefício de toda a sociedade.
Tal prioridade é clara para quem, como eu, acaba de chegar de uma exposição tecnológica na Rússia com presença significativa de países europeus e asiáticos e de uma visita a empresas do Vale do Silício.
Os Estados Unidos e a Alemanha, referências globais em alta tecnologia, têm produzido soluções para empresas na vanguarda da indústria 4.0. Também têm ampliado os investimentos nos últimos anos.
O Brasil, infelizmente, vem sofrendo quedas consecutivas da taxa de investimento e corre o risco de chegar atrasado para a quarta revolução industrial.
A indústria 4.0 abrange várias tecnologias e soluções que se integram na organização de uma empresa. É um universo em que têm lugar conceitos como big data, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva, realidade aumentada, robótica, sensores inteligentes, entre outros. A combinação de um ou mais deles promoverá um salto na competitividade dos setores que os incorporarem. Para a maioria dos empresários brasileiros, esse é um mundo de ficção científica. Para seus pares nos países mais desenvolvidos, no entanto, essas já são questões do dia a dia.
Em diversos países, o Estado e o setor privado têm desempenhado papel importante para desenvolver essa indústria. Desde 2012, o governo dos EUA já investiu pelo menos US$ 600 milhões na criação de uma rede de institutos para inovação e manufatura avançada.
Já a Europa planeja investir US$ 1,4 trilhão em 15 anos e a China, US$ 1,1 trilhão nos próximos anos. No Brasil, as iniciativas para promoção da indústria 4.0 ainda são muito tímidas, e a taxa de investimento, que já era baixa, caiu 5,3 pontos percentuais desde 2013, chegando aos atuais 15,6% do PIB, menor nível dos últimos 20 anos.
É preciso reverter essa tendência. Caso contrário, há risco de a economia brasileira se especializar ainda mais nas atividades de baixo valor agregado. É fundamental que o próximo governo se qualifique como moderno, integrado, eficiente e comprometido com o desenvolvimento da indústria 4.0.
A melhor maneira de se corrigir seu deficit orçamentário não é aumentando a carga tributária, e sim melhorando sua eficiência, reduzindo custos e melhorando a qualidade do serviço público.
Para a indústria do plástico, perder essa oportunidade gerada pela indústria 4.0 é especialmente lamentável, pois ela requer muitos produtos feitos a partir do plástico, como drones e embalagens inteligentes. É necessário que as empresas estejam preparadas para investir na modernização das suas fábricas, fomentando o ciclo virtuoso de geração de empregos, investimentos e inovação, rumo à quarta revolução industrial. JOSÉ RICARDO RORIZ COELHO Gênero Impecável o texto “O fantasma do gênero”, da filósofa Judith Butler (“Ilustríssima”, 19/11). Com educação e lucidez, Butler exercita aquilo que costuma servir como pilar em sociedades de fato civilizadas: o diálogo. O único “erro” dela é talvez achar que está argumentando com gente disposta a dialogar também. No vocabulário da ultradireita brasileira, esse verbo foi censurado.
LEANDRO VEIGA DAINESI
LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:
Frans Krajcberg foi o mentor de minha arte. Realizo trabalho autoral e fui reconhecida pelo próprio artista como discípula. Desde que o conheci, em 2005, mantive contato constante com Krajcberg, que participou do meu documentário “Raízes do Brasil”. Nutro profundo respeito e admiração pela arte do mestre Krajcberg (“Traumas conectaram Krajcberg à ecologia”, “Ilustrada”, 21/11).
BIA DORIA