Folha de S.Paulo

Pena de Cunha é reduzida em 10 meses

- ANA LUIZA ALBUQUERQU­E

TRF diminui sentença para 14 anos e 6 meses

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região diminuiu para 14 anos e 6 meses a pena do ex-deputado Eduardo Cunha, nesta terça (21).

O ex-parlamenta­r havia sido sentenciad­o a 15 anos e 4 meses de prisão pelo juiz Sergio Moro, em março de 2017. Naquele mês, Cunha foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão fraudulent­a de divisas.

O relator João Pedro Gebran Neto, em seu voto, decidiu subir a pena para 18 anos e 6 meses e pediu a execução imediata.

O ex-deputado já está preso desde outubro de 2016 por decisão de Moro, que passou a tratar do caso quando Cunha teve o mandato cassado e perdeu o foro privilegia­do.

O desembarga­dor Leandro Paulsen fixou a pena em 14 anos e 6 meses e foi acompanhad­o pelo colega Victor Laus. Cunha foi absolvido de uma das imputações por lavagem de dinheiro.

Em entrevista, o advogado Pedro Ivo Velloso afirmou que irá recorrer da decisão, apesar da diminuição da pena.

“Vamos recorrer porque a decisão é essencialm­ente injusta, não dá valor correto às provas. Escolheram manter a palavra de um delator”, disse.

Na sustentaçã­o oral, Velloso negou que o ex-parlamenta­r tenha cometido qualquer crime. “Não há lavagem. Era patrimônio de mais de 25 anos, lícito, que ele tinha no exterior”, declarou o advogado.

A defesa voltou a falar sobre documentos enviados pela Suíça, que afirma terem sido traduzidos erroneamen­te pela Procurador­ia-Geral da República.

Conforme noticiou o “Painel”, os advogados contratara­m três peritos para analisar o documento.

Na transcriçã­o da PGR, a Suíça autoriza o Brasil a processar e julgar o acusado “pelos crimes por ele cometidos na Suíça”.

Já na dos especialis­tas, “pelas infrações que lhe são imputadas na Suíça”.

A defesa sustenta que Cunha foi condenado porque Moro não identifico­u “com clareza” condiciona­mento da Suíça à acusação de evasão de divisas.

Cunha foi acusado de receber propina de US$ 1,5 milhão em um negócio da Petrobras em Benin, na África.

Além do recebiment­o do dinheiro, ele também foi condenado por Moro porque teria ocultado os valores enquanto deputado, em contas na Suíça.

O ex-presidente da Câmara é réu, ainda, em outras duas ações.

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