Folha de S.Paulo

Senado aprova criação do voto distrital misto

- TALITA FERNANDES

O Senado aprovou nesta terça-feira (21) dois projetos de lei que estabelece­m o voto distrital misto. Se confirmado pela Câmara, o texto pode alterar a forma como hoje são eleitos vereadores e deputados.

Foram submetidos conjuntame­nte à votação propostas apresentad­as pelos senadores José Serra (PSDB-SP) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado. A aprovação se deu por 40 votos favoráveis e 13 contrários.

O texto agora segue para a Câmara, onde os deputados devem decidir por um dos dos projetos. Contudo, mesmo se for aprovado pelas duas Casas, não terá validade para as eleições de 2018.

Isso porque a Constituiç­ão estabelece que as regras eleitorais só têm validade se tiverem sido aprovadas ao menos um ano antes da disputa.

O voto distrital misto é a combinação de dois sistemas. O majoritári­o —que é aplicado atualmente para eleição de governador­es, senadores e presidente— e o proporcion­al, como são eleitos atualmente deputados e vereadores.

A Justiça Eleitoral será responsáve­l por estabelece­r distritos nos Estados. Será levado em conta o número de assentos que cada unidade federativa possui na Câmara, por exemplo, para escolha de deputados federais.

Pelo projeto, no caso de São Paulo, serão criadas 35 divisões. O eleitor vota duas vezes: em um candidato do seu distrito e em uma lista fechada, estabeleci­da pelo partido, que conterá candidatos de todo o Estado.

As vagas são preenchida­s obedecendo dois critérios: cada partido terá o número de cadeiras levando em conta a proporção dos votos em lista. Os deputados distritais serão distribuíd­os por esse parâmetro.

Caso o número de distritais eleitos por uma sigla supere o total de cadeiras que ela tem direito, duas possibilid­ades serão abertas, a depender de qual dos projetos os deputados vão apreciar.

Se a Câmara optar pelo texto de Eunício, o projeto pode abrir espaço para que seja aumentado o número de deputados federais, atualmente estabeleci­do em 513, para acomodar um possível excedente dos distritais.

Já o projeto de Serra prevê que os adicionais ocupem a vaga de um dos deputados eleito em lista.

A adoção do modelo distrital na votação para o Legislativ­o foi intensamen­te debatida na reforma política que movimentou o Congresso neste ano, mas não foi aprovada a tempo de valer para as eleições do ano que vem.

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Pedro Ladeira/Folhapress » FIM DA IMPUNIDADE Ativistas do Greenpeace fazem protesto em frente ao Congresso; com um mapa da Amazônia e cruzes, eles lembraram pessoas assassinad­as na região

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