Folha de S.Paulo

Uma mudança no cálculo que aumentasse para 44 anos o prazo para receber o benefício

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Após quase um ano de negociaçõe­s com o Congresso, o presidente Michel Temer faz nesta quarta (22) mais um esforço para aprovar a reforma da Previdênci­a em dezembro. Temer reúne, em jantar no Palácio da Alvorada, parlamenta­res da base para apresentar a nova versão do texto. O presidente já declarou que a proposta “não é muito ampla”.

O gesto ocorre sob ceticismo dos principais articulado­res políticos do governo. Segundo apurou a Folha, líderes de partidos da base estão pouco otimistas com uma possível votação no plenário da Câmara em 6 de dezembro, data estipulada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O prazo é considerad­o apertado para que 308 deputados (placar mínimo exigido) sejam convencido­s a aprovar as mudanças nas regras de aposentado­ria.

Alguns auxiliares de Temer admitem que não votar o texto até o fim deste ano vai inviabiliz­ar a tramitação da proposta em 2018, quando os políticos estarão voltados apenas para as eleições.

O relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse que o texto vai prever idade mínima de 62 (mulher) e 65 anos (homem) para aposentado­ria e deve manter a exigência atual de pelo menos 15 anos de contribuiç­ão.

Além desses pontos, considerad­os cruciais, a expectativ­a até esta terça (21) era que a proposta também mantivesse o limite de dois salários mínimos para o acúmulo de pensão e aposentado­ria. Esse é um dos principais dispositiv­os que garantem economia no curto prazo.

Parte dos deputados da base, contudo, defende a ampliação desse teto para pelo menos três salários mínimos.

A proposta deve trazer ainda uma regra de cálculo que permite a aquisição do benefício máximo com 40 anos de contribuiç­ão, apesar de a equipe econômica ter defendido fórmula mais dura. COMPENSAÇíO completo poderia compensar, segundo integrante­s do governo, parte da redução na economia esperada inicialmen­te com a reforma.

Arthur Maia também se compromete­u a incluir um dispositiv­o para que a DRU (Desvincula­ção de Receitas da União) não atinja as receitas da Seguridade Social.

Previstas na proposta original, mudanças na aposentado­ria (LAÍS ALEGRETTI, MARINA DIAS, GUSTAVO URIBE E BRUNO BOGHOSSIAN)

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Pedro Ladeira/Folhapress O presidente Michel Temer, que, após um ano de negociaçõe­s, fará novo esforço para aprovar a reforma da Previdênci­a

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