Folha de S.Paulo

Bendine fala em complô e indica que pode delatar

Publicitár­io disse que repassou R$ 950 mil da Odebrecht ao ex-presidente da Petrobras

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Ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine disse nesta quartafeir­a (22) em depoimento ao juiz Sergio Moro que é “vítima de um grande complô” e de “pessoas que criam mentiras para comprar a liberdade”.

Ele também afirmou que está em “conversas com o Ministério Público e Polícia Federal”, indicando que pode negociar um acordo de delação premiada.

Preso desde julho sob acusação de receber propina da Odebrecht, o executivo fez só uma espécie de desabafo na audiência porque foi orientado por seus advogados a permanecer em silêncio.

A defesa de Bendine chegou a pedir a suspensão do depoimento, alegando que não teve acesso ao conteúdo de computador­es apreendido­s com ele. Moro negou a solicitaçã­o.

Na audiência desta quarta, os advogados reforçaram o pleito, argumentan­do que não tiveram acesso à fala do publicitár­io André Gustavo Vieira da Silva, que foi ouvido antes dele. André disse ter recebido propina da Odebrecht e ter repassado R$ 950 mil em espécie a Bendine.

“Eu estava ansioso, depois desse pesadelo de quase sete meses, [para] ter a oportunida­de de pela primeira vez me manifestar. Entretanto, eu estou percebendo que estou sendo vítima de um grande complô, uma série de mentiras, de pessoas que criam mentiras para comprar a liberdade”, disse Bendine a Moro.

“Diante desse fato, eu prefiro manter a minha verdade, usar a lei do silêncio, sem nenhum prejuízo que eu possa continuar conversas com o Ministério Público ou com a Polícia Federal, mas em relação ao processo eu prefiro permanecer em silêncio.” (ANA LUIZA ALBUQUERQU­E, JOELMIR TAVARES E JOSÉ MARQUES)

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Reprodução O ex-presidente da Petrobras e do BB, Aldemir Bendine

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