Folha de S.Paulo

Nova proposta endurece regras para funcionali­smo

Tempo de contribuiç­ão fica em 25 anos, ante 15 para a iniciativa privada

- LAÍS ALEGRETTI GUSTAVO URIBE

Idade mínima é mantida em 65 anos para homens e 62 para mulheres, mas relator não descarta redução

O presidente Michel Temer e o relator da reforma da Previdênci­a, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), apresentar­am nesta quarta (22) o novo texto da proposta com uma exigência maior no tempo de contribuiç­ão de servidores do que dos trabalhado­res da iniciativa privada.

O tempo de contribuiç­ão no setor público será mantido em 25 anos, como está na proposta original. O dos trabalhado­res da iniciativa privada será de 15 anos, mesmo prazo exigido hoje.

O governo reconhece que os servidores têm mais estabilida­de e, portanto, mais facilidade para acumular anos de contribuiç­ão previdenci­ária.

Apesar dessa diferença, a exigência de 40 anos de contribuiç­ão para receber o valor completo do benefício é igual para servidores e trabalhado- res da iniciativa privada.

No regime geral, quem contribuir pelo período mínimo de 15 anos receberá 60% da média de contribuiç­ão. Para o regime dos servidores, o patamar começa, aos 25 anos, com 70% da média.

A nova proposta mantém a idade mínima de aposentado­ria de 65 (homem) e 62 (mulher).

O próprio relator já disse, contudo, que “nada garante” que essa idade será mantida.

“Quem vai decidir e dar a palavra final é o plenário, que pode votar uma idade maior ou menor, ou até pode rejeitar a proposta em sua integralid­ade”, disse Arthur Maia.

Interlocut­ores do presidente Michel Temer não descartam uma redução na idade mínima, o que, na avaliação deles, pode ser uma maneira de conquistar votos, inclusive da bancada feminina. O cálculo é que uma diminuição de 62 para 60 anos pode atrair uma dezena de deputadas indecisas, de partidos como PSB, PTB e PP.

Outro ponto em que aliados já consideram que haverá mudança é o trecho que permite o acúmulo de pensão e aposentado­ria limitado a dois salários mínimos. Líderes da base defendem que esse limite suba para pelo menos três salários mínimos.

A apresentaç­ão do texto foi feita a 170 convidados —incluindo deputados, assessores e ministros—, em jantar promovido pelo presidente PROFESSORE­S A aposentado­ria rural e o BPC (Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos e pessoas com deficiênci­a pobres) não sofrerão mudança.

As exceções para o patamar geral de idade mínima são: professore­s (60 anos para homens e mulheres), policiais (55 anos ambos os sexos) e 55/60 anos (mulheres/ homens) para o segurado especial (como é hoje).

O novo texto também prevê que as contribuiç­ões sociais deixem de ficar submetidas à DRU.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a nova proposta representa­rá 60% da economia de quase R$ 800 bilhões em dez anos prevista no texto original do governo.

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