Folha de S.Paulo

Previdênci­a

- TALITA FERNANDES DE BRASÍLIA THAIS BILENKY

DE SÃO PAULO

Principal defensor da agenda de reformas, o PSDB anunciou nesta quarta-feira (22) que não fechará questão sobre o projeto que modifica as regras da Previdênci­a. Em reunião da Executiva do partido, ficou decidido que será feita apenas uma “recomendaç­ão forte” pela aprovação.

Alberto Goldman, presidente interino do PSDB, classifico­u como “recuo” a decisão de desidratar a reforma.

Reservadam­ente, tucanos dizem que há resistênci­a em apoiar o governo Temer por seu modus operandi. Argumentam que votar a favor do texto seria como ratificar o que eles consideram ser “compra de votos” do presidente para aprovar a medida.

Como exemplo, citaram a a troca de tucanos em Ministério­s, por pressão da base. Bruno Araújo (PSDB-PE) por Alexandre Baldy (a se filiar ao PP), que tomou posse ontem nas Cidades. Também circulou a informação de que Antonio Imbassahy seria substituíd­o por Carlos Marun (PMDB-MS), aliado do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Secretaria de Governo. Imbassahy, que foi à reunião, saiu da sede do partido sem comentar.

Um integrante da Executiva do PSDB, que pediu anonimato, reclamou de que o governo, em vez de dialogar com a sociedade sobre a necessidad­e da reforma, prefere resolver no tapetão.

Esse grupo cita frase da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) como a definição de seu sentimento: “Falam muito da economia. E os princípios, não valem não?”.

Goldman disse que “nunca entrou em cogitação fechar questão” e negou que a resistênci­a advenha das práticas do governo.

Licenciado da presidênci­a do partido, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) esteve com Temer na manhã desta quarta para discutir as mudanças na Esplanada e o apoio às reformas. Aécio foi escalado por Temer como articulado­r dentro do PSDB para a aprovação da nova Previdênci­a.

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