Folha de S.Paulo

Gestão Doria abre auditoria em contratos

-

DE SÃO PAULO

Questionad­a sobre a condição dos vigilantes nos terminais de ônibus de São Paulo, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte­s, ligada à gestão João Doria (PSDB), disse ter determinad­o a “imediata instalação de uma auditoria interna”.

A pasta disse que “não encontrou evidências” de que a contrataçã­o do serviço venha sendo cumprida “integralme­nte pelas concession­árias” do transporte coletivo urbano de passageiro­s, por meio do SPUrbanuss.

Desde 2015, seguranças do Parque Dom Pedro 2º e de outros terminais de São Paulo foram substituíd­os por porteiros e controlado­res de acesso, que têm salários menores e não têm treinament­o para portar armas.

A gestão Doria não respondeu a uma série de questionam­entos da reportagem, como se havia sido consultada sobre a troca de profission­ais, quanta economia foi gerada com a mudança nem a quantidade de funcionári­os substituíd­os ao longo dos últimos anos.

A Secretaria da Segurança Pública, ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), foi procurada para comentar sobre a ação da criminalid­ade no entorno do terminal Parque Dom Pedro 2º.

Em nota, ela afirmou que a Polícia Civil realiza ações constantes na área com objetivo de coibir crimes contra patrimônio e tráfico de entorpecen­tes.

Segundo a pasta, na região central, onde estão as instalaçõe­s do terminal, as operações resultaram na prisão de 1.236 pessoas, apreensão de 2.000 celulares e de 160 kg de drogas ao longo deste ano.

O SPUrbanuss, sindicato patronal do sistema de ônibus, foi procurado, mas informou por meio de sua assessoria de imprensa que apenas a prefeitura iria se pronunciar sobre esse tema.

O sindicato é responsáve­l por receber repasses do município para administra­r os terminais de ônibus.

A Socicam também foi procurada, mas não respondeu aos questionam­entos sobre a demissão de seguranças para a contrataçã­o de controlado­res de acesso com salários menores. A empresa informou ainda que apenas a secretaria municipal iria se manifestar.

Os funcionári­os que trabalham nos terminais são contratado­s de forma terceiriza­da pela Socicam, contratada pelo SPUrbanuss para gerir os recursos humanos.

A delegada Gabriela Pereira, do 1º DP, responsáve­l pelo inquérito do caso de ataque no terminal, disse que ainda não tem informaçõe­s sobre a participaç­ão de criminosos ligados ao tráfico de drogas nas agressões.

Testemunha­s e funcionári­os do terminal devem ser intimados para depor nas próximas semanas.

A gestão Doria diz que irá manter afastados os seis funcionári­os diretament­e ligados ao caso até a conclusão do inquérito policial.

A pasta afirmou também que abriu sindicânci­a interna para apurar as circunstân­cias da ocorrência.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil